A representação apresentada pelo PL na Câmara dos Deputados que pede a cassação do mandato de Glauber Braga (PSOL) tramita em tempo recorde por articulação do presidente da Casa, Arthur Lira.
O documento se baseia na acusação de quebra de decoro feita por Lira contra Glauber, foi apresentado em plenário em 1º de junho e no mesmo dia aprovado pela Mesa Diretora e encaminhado para o Conselho de Ética.
Diante da proposta do presidente da Câmara feita em plenário de tirar o controle acionário do governo da Petrobras, Glauber perguntou se ele não tinha vergonha. Lira fechou o microfone do psolista e avisou que ia levá-lo ao Conselho de Ética para pedir sua cassação.
Para se ter uma ideia, há representações que demoram anos para atingir o mesmo nível de tramitação que a acusação autoritária de Arthur Lira não demorou 24 horas.
O PSOL também fez representação ao Conselho de Ética denunciando a ameaça feita por Lira de retirar Glauber à força do plenário. O documento pede a cassação do presidente da Câmara por abuso de poder e foi encaminhado pelo partido no dia 3 de junho, mas nem começou a tramitar.
“Evidentemente, o senhor Arthur Lira está utilizando do seu aparato para sufocar a representação contra ele e para acelerar a representação contra mim”, diz Glauber Braga.
“Assim consegue que no Conselho de Ética eles pautem rapidamente o processo de cassação contra mim e no que diz respeito ao processo do PSOL contra ele, nem no sistema da Câmara entrou até esse momento. Mais uma vez ele está abusando do poder de presidente da Câmara”, concluiu o parlamentar do PSOL.
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