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OPRESSÕES

São Paulo terá ato nesta quarta-feira, contra a violência policial e o racismo

Movimentos negros e populares organizam ato a partir das 18h, com concentração no MASP

da redação

Nesta quarta-feira, 01, é a vez da principal cidade do país sediar novamente um ato de rua contra o genocídio negro e a violência policial, após uma semana dramática, com a morte por asfixia de Genivaldo dos Santos, 38, por policiais rodoviários em Sergipe, e as mortes na chacina na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, a segunda mais letal da história do estado.

O ato está sendo organizado por diversos movimentos, como a Coalizão Negra por Direitos, com a chamada #ParemDeNosMatar. Na convocatória, lembram também os casos recentes em São Paulo, cujas imagens circularam o país: “A violência policial e racista está crescente no centro de São Paulo na Cracolândia, nas abordagens policiais a trabalhadores motoboy por comando do novo secretário de segurança pública, por toda repressão a cultura periférica em espaços como a Batalha da Matrix, por abordagens violentas, como a que circula em um vídeo em Embu das Artes. Basta!”

O ato na capital paulista tem grande importância, e soma-se a vários protestos já realizados que, mesmo pequenos, tentam que os crimes não sejam marcados pela impunidade e não se repitam. No dia seguinte ao assassinato de Genivaldo, atos foram realizados em Aracaju, em frente à sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em dois horários. No sábado, 28, ocorreram protestos em várias cidades, como no Rio de Janeiro, em frente à estátua de Zumbi dos Palmares. Na sexta-feira, 27, São Paulo já havia sediado um protesto, organizado pela Uneafro, em frente à Superintendência da PRF.

Na noite desta segunda-feira, 30, ocorreu um ato em Belo Horizonte,  convocado por mais de 30 entidades, coletivos, partidos e movimentos sociais. O protesto deixou a Praça Sete, em caminhada até a praça Raul Soares, com centenas de pessoas. No trajeto, a fala da vereadora Iza Lourença (PSOL), lembrou a importância e o significado de tomar as ruas. “Mais uma vez o Estado brasileiro matou um dos nossos. E a gente está aqui hoje para dizer que isso não é normal. Que nós não vamos achar normal que os nossos morram. Toda vez que a gente se encontra nas ruas para luta, quando um dos nossos morre, é um dia que a gente tá dizendo para uma mãe que perdeu um filho, para uma irmã que perdeu um irmão, pra uma filha que perdeu o pai, que elas não estão sozinhas. Por que tem gente que sente essa dor, tem gente que dói e tem gente que luta”, afirmou.

O maior protesto até o momento segue sendo o dos moradores e familiares de Genivaldo, que, no dia seguinte ao assassinato, fecharam a estrada em Umbaúba (SE), no ponto onde ele foi torturado e sufocado, e, com centenas de pessoas e pneus queimando, chegaram a recuar uma viatura policial. Nesta quarta-feira, 01, a missa de sétimo dia de Genivaldo, na Igreja Santo Antônio, também deve se transformar em um momento de grande indignação e pedidos de justiça.