Daqui a poucos dias, o povo colombiano irá às urnas decidir a presidência de seu país. Assim como o Brasil, a Colômbia é marcada pelas heranças da colonização, genocídio indígena, escravização e práticas imperialistas, sofridas pelos povos latinoamericanos. Pela primeira vez em sua história, esse país marcado por décadas de guerra civil e violência política pode eleger um governo de origem popular, de esquerda, e comprometido com os direitos humanos, com justiça econômica, distribuição de renda, com pautas de defesa do meio ambiente e antirracistas. Gustavo Petro e Francia Marquez, da Coalizão Pacto Histórico, são favoritos em todas as pesquisas, com possibilidade de vitória até mesmo no primeiro turno.
Em primeiro lugar nas prévias do Pacto Histórico, Gustavo Petro, senador de esquerda, ex-prefeito de Bogotá e ex-militante do M19, encabeça a chapa presidencial. A vice, segunda colocada nas primárias, Francia Marquez, é uma advogada negra, militante ambiental e pelos direitos humanos, ex-empregada doméstica, e fundadora do Movimento Soy Porque Somos. A força eleitoral de ambos se conecta aos importantes protestos de 2021, protagonizados pelo povo colombiano, em resposta às tentativas de reformas fiscais e previdenciárias neoliberais. Se por um lado o governo uribista de Iván Duque, de direita, tentou jogar a crise nas costas do povo, enfrentando uma greve nacional de 15 dias, o Pacto Histórico se apresentou como alternativa política que responde às demandas desses protestos, comprometido com o fim da política neoliberal, e com a defesa radical da vida.
Já há várias semanas, movimentos de caráter golpista da direita colombiana se intensificam, em especial a partir de setores militares. Diversas ameaças à vida de Gustavo Petro e de Francia Marquez já foram feitas, e atentados a militantes da campanha já foram confirmados. Conforme noticiado pelo jornal O Globo em 27 de março, o governo Bolsonaro enviou à Colômbia uma missão militar, com a presença de um general, para fortalecer o governo que hoje o povo colombiano abertamente rejeita. Em meio a uma eleição extremamente polarizada, as estratégias da direita colombiana se assemelham às da brasileira: violência política, alarde sobre fraude e enxurradas de fake news marcam o processo.
O PSOL rechaça qualquer movimentação golpista e reivindica que a soberania do povo colombiano seja respeitada. Todo apoio a Gustavo Petro e Francia Marquez! Que o povo colombiano possa construir uma mudança de verdade, com um governo comprometido com os interesses do povo. Nesse sentido, uma delegação de nosso partido estará em território colombiano para acompanhar o pleito, somando-se a diversas delegações internacionais e grupos de defesa dos Direitos Humanos. Não iremos nos calar diante de violência política e diante de movimentações de uma direita golpista e neoliberal. Que uma nova página na história colombiana se abra, com um horizonte de esperança, igualdade, respeito aos povos, paz e justiça social. Que a onda progressista de enfrentamento à extrema-direita na América Latina siga crescendo! Em outubro será nossa vez!
Executiva Nacional do PSOL
25 de maio de 2022
PSOL envia delegação para acompanhar eleição colombiana. Acompanhe pelas redes do partido e do vereador Matheus Gomes, de Porto Alegre.
Ver essa foto no Instagram
Comentários