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BRASIL

Eleger Lula no primeiro turno deve ser a obsessão da esquerda!

Gustavo Mascarenhas, de Salvador-BA*
Foto: Ricardo Stuckert

Há um consenso na esquerda, ou mais amplo, em todo campo democrático, que a principal tarefa de 2022 é derrotar Bolsonaro. Acertadamente, as pessoas que enxergam a política com racionalidade, compreendem que o Brasil não suportaria mais quatros anos de um governo genocida.

Há um fascista no poder, que busca a todo momento impor seu projeto golpista e fazer da campanha eleitoral um trampolim para este objetivo. A barbárie da fome, o aumento da violência, desemprego, feminicídio, genocídio da juventude negra… fazem parte do ideal bolsonarista para o Brasil. Impor uma derrota acachapante a este projeto é imprescindível!

Sepultada a possibilidade de um impeachment, não há mais como tergiversar: a retirada de Bolsonaro do governo passará pelas eleições, mais precisamente, apertando o 13 nas urnas em outubro. Isso é óbvio, a luz da realidade não há desacordo quanto a isso. O dissenso repousa no momento, primeiro ou segundo turno, mas todos vão apoiar Lula em outubro de 2022, exceto os bolsonaristas.

Votar em Lula para derrotar Bolsonaro! Essa deve ser a hierarquia de toda esquerda brasileira desde já, iniciar as mobilizações, construir um grande “vira-voto” nos bairros, escolas, universidades para impor uma derrota política e eleitoral à Bolsonaro e toda sua corja. Adiar essa tarefa para o segundo turno está errado, sob o risco de fortalecimento da narrativa golpista de fraude nas eleições. No primeiro turno, deputados, senadores, governadores não vão questionar o processo que os elegeram, isso importa.

O ponto de partida para esmagar o bolsonarismo, jogando-o na lata do lixo da história, será a retirada de Bolsonaro do governo. Isso deve ser feito com mobilização “á quente”, unificando todos os lutadores e lutadoras na construção da candidatura de Lula, apesar de Alckmin. O convencimento de cada pessoa crítica a Lula, ou as suas alianças espúrias, será fundamental para sacramentar uma vitória no primeiro turno, que é difícil, seria histórico, mas é possível e necessário.

As pré-candidaturas de Ciro Gomes (PDT), Vera Lúcia (PSTU), Sofia Manzano (PCB) e Léo Péricles (UP) são legítimas, merecem respeito, mas são erros políticos, por isso devem ser politicamente combatidas, sem nenhum tipo de “cancelamento” ou qualquer coisa que o valha, mas sim sob a tarefa central de impor uma derrota para Bolsonaro desde o primeiro turno e a candidatura de Lula reúne condições para isto.

Os nossos sonhos não cabem nas urnas, mas o pesadelo pode vir delas!

*Militante do Afronte e da Resistência-PSOL e secretário de Movimentos Sociais do PSOL Salvador.