Em um grande ato, com cerca de 4 mil pessoas, foi realizado na manhã do sábado, 07, em São Paulo (SP), o lançamento do Movimento Vamos Juntos pelo Brasil.
Várias lideranças partidárias estiveram no evento, como Juliano Medeiros (PSOL), Gleisi Hoffmann (PT), Luciana Santos (PCdoB), Wesley Diógenes (Rede), Carlos Siqueira (PSB), Luizão (Solidariedade) e José Luiz Penna (PV). Estiveram também inúmeras lideranças sindicais, populares e indígenas, artistas, intelectuais e influenciadores digitais. A ex-prefeita de São Paulo e deputada federal pelo PSOL, Luiza Erundina, uma das presenças de destaque no ato, foi efusivamente aplaudida pelos milhares de participantes quando teve seu nome anunciado pelos apresentadores Lika Rosa e Paulo Miklos.
O lançamento do movimento Vamos Juntos Pelo Brasil teve um de seus pontos altos quando foi exibido o clipe com uma versão atualizada do famoso jingle “Sem medo de ser feliz”, de 1989, interpretado por vários artistas como Pabllo Vittar, Chico César, Duda Beat e Martinho da Vila. O vídeo do jingle, anunciado pela companheira de Lula, Rosângela Janja, viralizou nas redes sociais ao longo do último fim de semana, emocionou o ex-presidente e empolgou o ativismo para a luta contra Bolsonaro.
Na abertura, o microfone ficou aberto aos ativistas presentes, que vieram de vários lugares do país, inclusive do Norte e do Nordeste. Uma das ativistas a fazer o uso da palavra havia vindo do Rio de Janeiro. Tatianny Araújo, militante da Resistência Feminista e pré-cocandidata a deputada estadual, afirmou: “Nós do PSOL estamos aqui com Lula. E nós, mulheres, para dizer que nós, que desde 2018 fomos no #EleNão, vamos derrotar Bolsonaro, com Lula. Pela vida das mulheres. Por direitos, contra a carestia, botando o Lula para ser presidente do país. E por programas que garantam a nós mulheres, direitos, salário, renda, comida decente, contra o feminicído, sem mortandade e sem genocídio da nossa juventude negra. É Lula presidente, PSOL junto. Vamos lá. #ForaBolsonaro. #EleNão.”
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A batalha para varrer Bolsonaro e eleger Lula presidente começou
Um dos aspectos mais marcantes e mais recorrentes na fala do ex-presidente foi a defesa da soberania nacional, em contraposição ao papel subserviente do governo Bolsonaro que, ao longo do seu mandato, negligenciou a Amazônia, as empresas estatais e os recursos naturais em proveito de empresas estrangeiras. Aplaudido em diversos momentos de seu discurso, Lula trouxe a tona a importância do SUS, a defesa da vida das mulheres, denunciou o tratamento do governo Bolsonaro dispensado à arte e aos artistas, criticou a alta dos preços dos alimentos e combustíveis e afirmou que “Queremos voltar para que o fascismo seja devolvido ao esgoto da história de onde jamais deveria ter saído”.
Nesse dia 09, Lula começa um giro por várias cidades de Minas Gerais, dando sequência à sua pré-campanha pelo país. Para que esse movimento seja vitorioso, será fundamental uma campanha assentada na mais ampla mobilização popular, tal como vimos recentemente na Unicamp, e em milhares de comitês de luta e grupos de ação, de Norte a Sul do país.
Sobretudo porque Bolsonaro vem reagindo com mais ameaça golpista, à medida que as eleições se aproximam, ao anunciar em um live que convocará o exército para assessorar o processo eleitoral, isso logo depois de conceder indulto ao deputado golpista Daniel Silveira-PTB. Ao longo dos próximos cinco meses, não pode haver tarefa mais importante que lutar pela derrota de Bolsonaro, elegendo Lula presidente.
Indigestão: Lula não combina com chuchu
A fala de Alckmin merece destaque à parte. Tendo que participar através de uma mensagem gravada e exibida no telão, em razão do diagnóstico de COVID-19 anunciado poucos dias antes, Alckmin fez uma fala insossa e eivada de tiradas demagógicas sobre justiça social, igualdade, etc.
Apesar dos esforços da direção do próprio PT de normalizar essa aliança, através de peças publicitárias como a ideia em torno do prato “Lula com chuchu”, a vanguarda que busca na campanha pela eleição de Lula um instrumento para reverter essa conjuntura tão desfavorável e avançar em mudanças reais, não pode se enganar. Alckmin representa um cavalo de tróia, tal como Temer foi, no governo Dilma, e será um entrave permanente para a defesa de medidas sociais consistentes, capazes de acabar com a secular desigualdade social do país.
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