Há duas semanas que as ruas de Fortaleza balançam ao som dos passos dos operários e das operárias da construção civil. As paralisações de 2 horas sacodem os canteiros de obra, enfrentam a fúria exploradora da patronal e põem a categoria em movimento.
Estamos em meio a uma campanha salarial difícil. Os patrões querem retirar cláusulas sociais que favorecem enormemente a categoria, dentre elas a preservação dos direitos à estabilidade dos pré-aposentados e das gestantes. Mas não é só isso. A patronal quer restringir o direito à participação nos lucros e resultados, liberar o trabalho aos sábados e, no máximo, sinaliza para reposição das taxas inflacionárias, que corroem o poder de compra de trabalhadores e trabalhadoras.
A campanha tem refletido fortemente o cenário econômico, social e político do país. O custo de vida puxa a inflação para cima e prejudica as condições de vida da classe trabalhadora. Muitos já não comem carne, estão com dificuldades para comprar arroz, feijão e ovo e, como não poderia ser diferente, sofrem o impacto da elevação dos preços dos combustíveis.
Outro problema grave são as mortes por acidentes de trabalho. Só no mês de abril foram quatro óbitos vítimas de acidentes nos canteiros, o que intensifica a revolta nos operários.
Nessa pisada, não é difícil entender porque os trabalhadores da construção civil gritam palavras de ordem contra Bolsonaro e grande parte deles apoia Lula para derrotar o fascista.
Os próximos dias serão decisivos. Ou a patronal recua, e se fecha um acordo que encerre a campanha salarial, ou as paralisações diárias de duas horas e as manifestações de rua tendem a se transformar em greve geral da categoria.
As próximas horas serão decisivas.
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