Paulo Salgado Aguena, o ‘Catatau’, enfrenta um câncer, descoberto no final do ano. Desde então, tem enfrentado a grave doença com a coragem e esperança que são suas marcas. Catatau é militante há mais de 40 anos, sendo inclusive anistiado político, desde 2013, pelas perseguições sofridas por conta da militância, em especial a demissão em Cubatão, por conta da atuação nas greves operárias.
Nesta sexta-feira, 29 de abril, a partir das 18h30, um ato político em São Paulo celebrará sua trajetória, em um momento de acolhimento e de afirmação da luta política pelo socialismo. “Queremos celebrar a vida e tudo que pudemos compartilhar e aprender com o nosso Cata”, diz a convocatória do evento, que será realizado na Casa Carolina (Rua Francisco Estácio Fortes, 60, Santa Cecília, São Paulo). A homenagem contará com depoimentos e falas de militantes que conviveram com ele, em locais como São Carlos (SP), onde começou a militância, e nas cidades por onde passou, como Cubatão, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Buenos Aires, São José dos Campos, entre outros lugares.
O ato também terá transmissão online, incluindo pelo EOL, e grupos de militantes se organizam para acompanhar juntos o evento, como no Rio de Janeiro.
Luta pela vida e solidariedade
No começo de março, quando novos exames mostraram o avanço da doença, Cata foi cercado pela solidariedade, do apoio decisivo de familiares e de centenas de pessoas que militaram ao seu lado durante estes anos, de diversas cidades e regiões do país onde viveu ou atuou. Uma corrente foi formada no whatsapp e arrecadou em 24 horas o valor suficiente para que se pudesse dar início a um tratamento caro, não coberto pelo SUS. Doações e mensagens também chegaram das mais diversas partes do mundo, refletindo o internacionalismo que é uma das principais marcas de sua militância, e em especial a solidariedade da importante coluna de dirigentes trotskistas latino-americana que se forjou nas últimas décadas do século passado. A solidariedade veio também de militantes de outras organizações políticas do PSOL; de camaradas do PSTU, com décadas de luta em comum e de laços que se preservam, e de outras origens e tradições, como lideranças e militantes do PCdoB e do PT.
As doações permitiram que Catatau iniciasse no final de março o tratamento – uma primeira aplicação, na imunoterapia – com o objetivo de dar melhores condições ao seu organismo para resistir ao avanço da doença. Recentemente, ele fez um depoimento emocionante (e emocionado) no encerramento da Conferência Eleitoral da Resistência/PSOL. Pouco mais de uma centena de pessoas assistiu a uma fala na qual revelou plena consciência da finitude da vida, mas acima de tudo, de tranquilidade com sua trajetória e certeza diante de suas escolhas, principalmente pela militância política revolucionária.
A convocação é aberta a todos e todas que conheceram e foram cativados pela simplicidade, amizade e energia de Catatau. Como afirma o texto da Resistência no EOL, em março, ao lançar a campanha de solidariedade, cumprida com sucesso. “Cata sempre fez tudo pelo coletivo com extraordinária abnegação e capacidade. Entregou o seu melhor para a Convergência Socialista, do PT, até o início do anos noventa, para o PSTU até 2016 e desde então para a corrente Resistência, do PSOL. Agora chegou o momento de devolvermos a generosidade, de sermos ‘todos por um’.”
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