PEC 32: Servidores fazem chuva de dinheiro na Câmara dos Deputados, para denunciar compra de votos
Voto a favor da reforma administrativa estaria valendo R$ 20 milhões em emendas
Publicado em: 20 de outubro de 2021
Na tarde desta quarta-feira, 20, servidores públicos protestaram em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados, com um ato público contra a reforma administrativa. O protesto reuniu cerca de 250 servidores e denunciou a tentativa do governo federal e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, de negociar os votos que faltariam para aprovar a PEC 32 – são necessários 308 votos para aprovar a mudança constitucional, e à imprensa, um deputado declarou que as negociações giram em torno de R$ 20 milhões por cada voto, em emendas parlamentares.
Os servidores fizeram um cartaz com esse valor, em um carrinho de supermercado, e reproduziram notas de R$ 200 com as fotos de Bolsonaro, Guedes e Lira de um lado, e um aviso de que o dinheiro é válido para a compra de deputados, de outro. À tarde, fizeram uma chuva com as notas em frente ao anexo e muitas cédulas foram entregues por uma manifestante, que usava um boneco de Paulo Guedes.
O protesto também contou com garrafas com suco de laranja com a foto de deputados no rótulo, em referência a parlamentares que assumiram posições na Comissão Especial, substituindo outros(as) que poderiam votar contra a PEC 32 e garantindo a aprovação do parecer do relator. Entre esses deputados “laranjas”, chamou a atenção a grande presença do Partido Novo, com a maioria da bancada integrando a comissão. Por isso, estes parlamentares foram alvos especiais do protesto de hoje e ao longo da semana, com um deles chegando a ameaçar partir para a briga, no aeroporto de Brasília. Pela manhã, os servidores fizeram uma caminhada, lembrando as 600 mil mortes pela pandemia e a importância do SUS e exigindo o Fora Bolsonaro, com máscaras do presidente.
A pressão dos servidores irá prosseguir nesta quinta-feira, completando mais uma semana de caravanas e vigília em Brasília contra a PEC 32. Mesmo com o governo liberando recursos para a compra de votos, o cenário não está favorável para a aprovação, em especial após as denúncias que atingiram o ministro Paulo Guedes, e pela proximidade do término do ano legislativo e o custo político dos parlamentares que votarem a favor.
Neste momento, o governo teria confirmado 245 votos, com 54 que se declaram indecisos, e 214 contrários, segundo levantamento feito pelo Fonasefe. O projeto está aprovado há três semanas, pronto para ser colocado em pauta no Plenário, o que vem sendo adiado, para garantir a maioria. Apesar das dificuldades do governo, os servidores não esmorecem, pois sabem que a reforma administrativa é uma exigência do grande capital e que sua aprovação é decisiva para Guedes e Bolsonaro e para o próprio futuro político do governo. Por isso, seguem mobilizados, em Brasília e nas redes sociais, de olho nas movimentações do Planalto, pressionando os deputados indecisos e denunciando os que se declaram a favor da PEC 32.
* Colaborou Rafaella Florêncio, em Brasília.
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