O Observatório Social da Petrobrás (OSP) lança, nesta terça-feira (05/10), na semana do aniversário de 68 anos da estatal, o Monitor dos Preços dos Combustíveis. A ferramenta vai registrar o preço médio cobrado pelo gás de cozinha (GLP), gasolina comum, diesel S-10, gás natural veicular (GNV) e etanol no território nacional. Com atualização semanal, o monitor vai possibilitar o acompanhamento das variações e da evolução dos preços a partir de julho de 2001. Permitirá ainda que a população saiba quanto estão custando, em média, os combustíveis em cada estado brasileiro e trará um comparativo do aumento de preços em relação ao crescimento do salário mínimo.
O monitor foi elaborado pelo economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps). A ideia foi disponibilizar um modelo ágil e fácil de visualizar a escalada dos preços dos combustíveis no país em um contexto de alta inflação e reajustes constantes. A ferramenta do OSP utiliza informações disponíveis em formato de base de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Esses dados são transformados em valores reais deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
PPI, o vilão
Outro objetivo importante do monitor é mostrar quem é o verdadeiro vilão dos preços altos dos combustíveis. “Desde que o governo impôs à Petrobrás a política do Preço de Paridade de Importação (PPI), em 2016, os valores dos derivados de petróleo no país têm tendência de alta, alcançando em 2021 um patamar completamente fora da realidade do povo brasileiro. É um pesadelo o litro da gasolina custar R$ 7 e o botijão de gás de cozinha, R$ 100”, afirma o economista.
A ferramenta de monitoramento dos preços, que pode ser acessada pelo site do Observatório, mostra que há 16 meses seguidos é registrado aumento do preço médio nacional do GLP, enquanto o GNV sofre reajuste contínuo há 11 meses e faz cinco meses que a gasolina e o diesel sobem consecutivamente. O primeiro gráfico do monitor traz os preços médios mensais dos combustíveis em termos nominais. O início da série é julho de 2001, quando a ANP começou a contabilizar os valores. No caso dos diesel S-10, a série começa em dezembro de 2012, ano em que esse combustível passou a ser obrigatório.
Salário mínimo
No comparativo com o salário mínimo, o monitor indica uma tendência de queda da proporção combustível/remuneração mínima ao longo da maior parte do século XXI. Esse cenário foi interrompido entre os anos de 2015 e 2017, quando a política de preços da Petrobrás mudou e os ganhos reais do salário mínimo se arrefeceram. “Em janeiro de 2015, o preço de um botijão de 13kg de GLP representava 5,7% de um salário mínimo. Hoje ele equivale a 9%”, destaca Dantas.
O monitor aponta ainda que a média histórica de preço do GLP, em valores de agosto de 2021 até o mês passado, é de R$ 72,43. Isso significa que, atualmente, o preço desse combustível é 36% superior à média. A gasolina comum está 20% acima do preço médio, o diesel S-10, 18%, o GNV 37% e o etanol 42% mais caro.
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