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Unidade ampla pelo impeachment

@guifrodu

Gabriel Casoni

Gabriel Casoni, de São Paulo (SP), é professor de sociologia, mestre em História Econômica pela USP e faz parte da coordenação nacional da Resistência, corrente interna do PSOL.

Não foi um fracasso. Bolsonaro acumulou forças para seu plano golpista. Não foi o apocalipse como alguns previam disseminando o terror. Não houve insurreição de PMs, nem confrontos sangrentos. Mas, foram grandes os atos: centenas de milhares marcharam sob bandeiras fascistas. Distorcer a realidade para atender aos desejos é caminho certo e seguro para a derrota.

Bolsonaro é uma minoria social e política no país, estando cada vez mais isolado. Mas demonstrou ontem que a sua minoria de massas está disposta para a luta. Isso importa – e muito. Seu objetivo é vencer (golpe), do contrário, vai “morrer ou ser preso”. Não há meio termo.

Cabe às forças de esquerda e democráticas transformarem a maioria social e política da sociedade em maioria nas ruas. Esperar as eleições do ano que vem para tirar Bolsonaro é um risco enorme, uma irresponsabilidade brutal. A passividade agora, mais do que apenas um suicídio, é um crime político.

Um setor da burguesia e da direita acena para o impeachment. A esquerda deve estender as mãos e ajudá-los nesse movimento. A construção da unidade em torno de um único ponto – impeachment de Bolsonaro – é chave. Com essa unidade (que pode ir de Boulos até Doria, passando por Lula, Ciro, Kassab e outros – se o diabo quiser, também estará convidado), é preciso marcar um ato histórico e de massas para o final de setembro, ou o início de outubro. A tarefa é derrotar o fascismo nas ruas o quanto antes. Não temos tempo a perder.

A unidade de ação com setores burgueses dispostos a lutar pelo impeachment não implica o apagamento das bandeiras da esquerda e das organizações dos trabalhadores. O mote deve ser unitário (impeachment e ponto), mas cada qual leva suas bandeiras, faixas e panfletos.

O nosso dever: alertar a classe trabalhadora do perigo. Alertar a juventude do perigo. Alertar e convencer as grandes massas que não podemos esperar tranquilamente até o final de 2022 para tirar o fascista. Costurar a aliança tática mais ampla possível para esse fim. Afinal, pode não haver eleição (ou o seu resultado não ser respeitado). E a vida só piora a cada dia com inflação, desemprego, fome.

Com a luta da maioria, com o combate de massas, podemos e vamos vencer!

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Fora Bolsonaro