English version: #3JForaBolsonaro: It is more necessary than ever to take to the streets!
Estamos a poucas horas dos atos de 3 de julho pelo Fora Bolsonaro. Depois de 420 mil pessoas nas ruas no 29 de maio e de 750 mil protestando no 19 de junho, tudo indica que os atos serão, mais uma vez, grandes e representativos — já são 340 atos confirmados, no Brasil e no exterior.
Nunca foi tão urgente e necessário estarmos nas ruas, como neste sábado. As novas denúncias, que mostram esquemas de corrupção na compra de vacinas, impactaram o cenário político. O governo vive os seus piores dias e a força dos atos será decisiva para jogá-lo nas cordas e fazer avançar o processo de impeachment, pressionando o Congresso. Estar nas ruas neste sábado, portanto, não é uma escolha.
A denúncia de corrupção são contundentes. O governo está sendo denunciado por exigir 1 dólar por cada dose de vacina, em um esquema gigantesco, montado, segundo a denúncia, pelo próprio líder do governo – com o qual Bolsonaro se encontrou pelo menos dez vezes depois que foi alertado. A denúncia acelera a conjuntura do país, e o tema da corrupção, que a direita e o bolsonarismo se utilizaram cinicamente nos últimos anos, se volta, agora, contra o governo de extrema direita. A imagem de moralidade mentirosamente associada a Bolsonaro é atingida.
O governo é genocida, neoliberal e corrupto. Bolsonaro é responsável por milhares de mortes e pela destruição de direitos, movido pelo negacionismo e (como agora é denunciado) pela corrupção. Nesta quinta, relatório divulgado pela Oxfam Brasil estima que outras 120 mil mortes, aproximadamente, poderiam ter sido evitadas no Brasil com políticas de controle. O cálculo não se refere ao atraso na vacinação. Outro cálculo, do epidemiologista Pedro Hallal, indica que o Brasil poderia ter salvado 400 mil vidas — o que corresponde a cerca de 80% das mortes por covid-19 — se tivesse implementado medidas de distanciamento social mais rígidas e vacinado mais cedo.
Todos apontam as causas que nos trouxeram até aqui: negacionismo, defesa da cloroquina, boicote ao distanciamento e uso de máscara, falta do auxílio emergencial e de outras medidas de proteção. Todas estão no documento do superpedido de impeachment, entregue na Câmara dos Deputados, no dia 30, com um grande ato em Brasília e resultado de uma unidade pontual, para além da própria esquerda, envolvendo também setores burgueses que romperam com o governo. A CPI da Pandemia ganha mais importância e há a movimentação também no STF, no sentido de responsabilizar o governo e forçar o Congresso a pautar o impedimento do presidente.
A força dos protestos desse sábado será decisiva para derrubar Bolsonaro. Não é possível confiar que a classe dominante vai remover o fascista do poder, pois o governo continua entregando pautas do interesse do mercado financeiro, como a privatização da Eletrobrás, a reforma administrativa e o avanço contra terras indígenas. Por isso, é muito importante estarmos nas ruas neste sábado, 3J, com todos os cuidados sanitários, exigindo o fim desse governo. A hora é agora.
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