MPF abre investigação preliminar
A Procuradoria da República abriu uma investigação preliminar sobre o Ministério da Saúde e a empresa Precisa Medicamentos, referente a compra da vacina indiana contra Covid-19 Covaxin, em despacho assinado neste 16 de junho.
O objetivo é avaliar se houve crime no acordo firmado entre a Precisa, que representa no país o laboratório indiano Bharat Biotech, fabricante da Covaxin, e o Ministério da Saúde. O MPF destacou que o contrato para a entrega de 20 milhões de doses tem valor total de 1,6 bilhão de reais, “tendo sido a dose negociada por 15 dólares, preço superior ao da negociação de outras vacinas no mercado internacional, a exemplo da vacina da Pfizer”
Indícios de corrupção
“Sucede que, expirados os 70 dias de prazo para a execução escalonada do contrato, nenhum dos lotes de 4 milhões de doses fora entregue pela contratada Precisa, porque a vacina em questão não havia obtido, pelo menos até 05 de junho de 2021, autorização emergencial da Anvisa para importação e/ou uso no Brasil”, disse despacho da procuradora da República Luciana Loureiro Oliveira, obtido pela Reuters.
Essa transação também está sendo investigada pela CPI da Covid do Senado. Na quarta-feira, o colegiado vai tomar o depoimento de Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa.
“Para a Pfizer não havia nem resposta. Qual era o negócio com a Covaxin? Amanhã (quarta, 23) iremos receber na CPI o senhor Francisco Emerson Maximiano, da Precisa Medicamentos, empresa investigada por intermediar a compra da Covaxin pelo governo”, disse o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) em entrevista ao UOL.
Bolsonaro foi avisado
O deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirma que alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre indícios de irregularidade na negociação do Ministério da Saúde para a compra da vacina indiana Covaxin.
“No dia 20 de março fui pessoalmente, com o servidor da Saúde que é meu irmão, e levamos toda a documentação para ele”, disse ele à Folha de São Paulo nesta quarta-feira (23).
A CPI tem que acabar em Impeachment: #ForaBolsonaro
Para além da denúncia mais recente no que diz respeito ao negócio com a Covaxin, há abundantes evidências dos crimes contra a humanidade cometidos por Jair Bolsonaro desde o início da pandemia da covid-19 no Brasil. O governo atuou deliberadamente pela disseminação do vírus no país, buscando alcançar a “imunidade de rebanho”, estimulou aglomerações e o não uso de máscaras, boicotou medidas de distanciamento social, atrasou a compra de vacinas e fez apologia do uso medicamentos comprovadamente ineficazes no tratamento da covid-19, como a Cloroquina e a Ivermectina.
Sobre a falta de oxigênio no Amazonas, o Ministério da Saúde, então sob a direção de Eduardo Pazuello, nada fez para impedir a tragédia. Do mesmo modo, está comprovado que o governo optou por não assinar contratos de compras de vacina com a devida antecedência, em 2020, o que provocou o irreparável atraso e insuficiência de imunizantes para a população, custando a perda de dezenas de milhares de vidas.
Apresentam-se, portanto, tantas as evidências de crimes contra a vida e a saúde pública cometidos por Bolsonaro escancarados na CPI da Covid, que não restará outro caminho possível senão a abertura do processo de impeachment. Por isso, é tarefa prioritária dos movimentos sociais e da esquerda pautar o #ForaBolsonaro, para que o genocida seja removido do cargo o quanto antes.
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