Seguir nas ruas, com a esquerda na ofensiva
Publicado em: 20 de junho de 2021
Colunistas
Gabriel Casoni
Gabriel Casoni
Gabriel Casoni, de São Paulo (SP), é professor de sociologia, mestre em História Econômica pela USP e faz parte da coordenação nacional da Resistência, corrente interna do PSOL.
Colunistas
Gabriel Casoni
Gabriel Casoni
Gabriel Casoni, de São Paulo (SP), é professor de sociologia, mestre em História Econômica pela USP e faz parte da coordenação nacional da Resistência, corrente interna do PSOL.
Identificar os momentos de transição de situação política é uma tarefa difícil (por se tratar de perceber a mudança de sentido no movimento das contradições), mas decisiva. Pois, nas transições, estão contidas as possibilidades [qualitativas] da ação política. Quem não capta o momento de mudança na dinâmica da relação de forças, seja no sentido defensivo seja no ofensivo, tende a perder o tempo [fatal] da política.
O Brasil vive, desde 2016, uma situação reacionária (ofensiva burguesa em todos terrenos), que adquiriu um sentido contrarrevolucionário com a eleição de Bolsonaro, que colocou o perigo do golpe neofascista na agenda.
A experiência trágica das massas na pandemia abriu uma inflexão na situação reacionária, pois se formou uma maioria social anti-Bolsonaro. Agora, com o 29M e o 19J, que levaram centenas de milhares às ruas e impactaram dezenas de milhões de pessoas pelas redes sociais, a esquerda fez, depois de muito tempo, um movimento ofensivo na luta de classes. As manifestações não só foram grandes, mais importante que isso: se conectaram ao sentimento majoritário do povo. ‘Vacina no braço, comida no prato e Fora Bolsonaro’ resumem o programa da maioria. E esse programa está na mão da esquerda.
O jogo começou a virar.
Bolsonaro preserva influência de massas e ainda não está derrotado, mas está em minoria e cada vez mais isolado. Por sua vez, a direita tradicional não tem força nem nas ruas nem em termos de perspectiva eleitoral, ao menos por ora.
Esse cenário abre a possibilidade de que a esquerda assuma a ofensiva para derrotar Bolsonaro, se possível, antes das eleições de 2022. Para isso, é fundamental dar continuidade à luta de massas nas ruas, com unidade e ousadia. O jogo começou a virar. É preciso preparar a ofensiva, pois é possível vencer!
Top 5 da semana

brasil
Prisão de Bolsonaro expõe feridas abertas: choramos os nossos, não os deles
colunistas
O assassinato de Charlie Kirk foi um crime político
brasil
Injustamente demitido pelo Governo Bolsonaro, pude comemorar minha reintegração na semana do julgamento do Golpe
psol
Sonia Meire assume procuradoria da mulher da Câmara Municipal de Aracaju
mundo