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BRASIL

MP que privatiza Eletrobras pode ser votada no Senado

da redação

O Senado Federal pretende votar nesta quarta-feira, 16, a Medida Provisória (MP) 1.031/21 de privatização da Eletrobras. A relatoria do texto se encontra nas mãos do senador Marcos Rogério (DEM-RO), da tropa de choque do governo Bolsonaro. Segundo a senadora Simone Tebet (MDB-MS) a MP “desagrada todo mundo”, mas o governo fará de tudo para aprová-la, pois sua derrota nessa votação “será o início do fim” do governo.

“A modelagem proposta descomissiona as principais usinas da base, permitindo que cobrem R$ 140 em vez de R$ 65. Então é evidente que o custo extra será repassado ao consumidor final”, afirmou o senador Jean Paul Prates (PT-RN)

Enquanto o presidente Bolsonaro tenta mobilizar apoio popular afirmando que sem a MP haverá um “caos energético”, os governistas no Congresso alegam que a privatização vai proporcionar o retorno da capacidade de investimento da empresa e a garantia de preços baixos. A oposição contesta. “A modelagem proposta descomissiona as principais usinas da base, permitindo que cobrem R$ 140 em vez de R$ 65. Então é evidente que o custo extra será repassado ao consumidor final”, afirmou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), durante reunião da Comissão de Meio Ambiente que tratou do tema na terça-feira.

Cerca de 12 mil trabalhadores eletricitários encontram-se paralisados contra a MP desde terça-feira e alertam que a privatização da Eletrobras vai encarecer as contas de luz e provocar riscos de apagões. Além disso, há preocupações com a perda da soberania no setor elétrico e com a abertura de mais espaço para as térmicas, em detrimento de fontes renováveis. A Eletrobras é responsável por pelo menos 30% da energia do país e gerou R$ 30 bilhões de lucros nos últimos três anos.

Não há acordo no Senado sobre o texto que veio da Câmara recheado de “jabutis” (emendas que não dizem respeito ao tema). Caso não seja aprovado pelos senadores até 22 de junho a MP perde sua validade. Se caducar, será a terceira vez, desde o governo Michel Temer (MDB), que o projeto vai para a gaveta.