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Chico Alencar: PSOL quer unidade e construção comum para derrotar o neofascismo bolsonarista

Chico Alencar

Chico Alencar é professor de História graduado pela UFF, mestre em Educação pela FGV e doutorando na UFRJ. Tem 30 anos de experiência na política institucional, já tendo sido Deputado Federal por quatro legislaturas. Ganhou nove vezes o prêmio de “Melhor Deputado” do site Congresso em Foco e foi escolhido por jornalistas o parlamentar mais atuante do Brasil. Chico Alencar foi eleito em 2022 com 115.023 votos pelo PSOL-RJ para mais um mandato de Deputado Federal.

“SÓ QUERO SABER DO QUE PODE DAR CERTO” – disse Jean Wyllys, citando os Titãs (“Go Back”) para informar sua saída do PSOL e ida para o PT.

Como filiado (com muita honra) ao PSOL e membro do Diretório Nacional, considero que nosso partido – ainda pequeno, em formação, mas com vocação de grandeza – está dando certo. Temos ideias e princípios, incorporamos milhares de jovens idealistas e as causas do interesse público, do ambientalismo e contra todas as opressões, em crescente vinculação com os movimentos populares.

Nossas bancadas têm atuação exemplar, programática e coletiva. Somos críticos e propositivos, e agimos não individualmente, mas como partido, sem “coronéis” que abafem saudáveis divergências.

Isso não é pouca coisa nesse tempo de legendas de aluguel, serviçais do poder econômico, negocistas, personalistas e negacionistas. Quase todos os grandes partidos brasileiros sofrem de nanismo ético, são balcões de negócios.

“Lula é o único capaz de tirar Bolsonaro do poder. Agora é a hora de formar uma frente democrática, não fragmentá-la” – completou Jean. Talvez por estar fazendo doutorado em Barcelona (sucesso!), o companheiro não tem acompanhado os debates do PSOL. Ninguém está desconsiderando a importância política da volta de Lula à cena pública e sua força eleitoral.

O PSOL não tem tempo a perder: está empenhado na construção de uma mesa de diálogo com as forças progressistas – partidárias e sociais – no enfrentamento ao desgoverno Bolsonaro, agora, já. E, a partir dessa unidade na luta, ir elaborando eixos programáticos básicos para tirar o Brasil do atoleiro. Um programa mínimo que possa reunir expressões diversas do campo mudancista. Coligação, que não é mera adesão nem diluição, pressupõe unidade na diversidade da esquerda e respeito às identidades.

No PSOL, ela será decidida no processo congressual que começa agora e termina no final do ano. Isso está longe de ser ‘fragmentaçâo’: ao contrário, é fundamentar, no debate democrático, nossa melhor contribuição à derrota do neofascismo, que, na visão de muit@s de nós, só terá êxito unindo muitas forças e tocando o coração do povo. Construção comum!

*Texto publicado originalmente em seu perfil no Facebook.