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MOVIMENTO

Metroviários de São Paulo aprovam greve a partir de meia-noite desta terça-feira

Com ampla maioria dos votos, categoria decidiu parar. Direção do metrô se recusou a negociar.

da redação
Paulo Iannone/Sindicato dos Metroviários

Na noite desta terça-feira, 18, uma assembleia virtual dos metroviários e metroviárias de São Paulo confirmou o início da greve para às 0h. A decisão foi aprovada por 77,42% dos votantes, ou 2.448 votos, com 17,33% contrários. A greve estava indicada por assembleia anterior, mas um audiência de conciliação estava marcada para a tarde de hoje no TRT, para buscar um acordo. A direção do metrô simplesmente não enviou representantes, sinalizando que não pretende recuar da proposta que retira direitos.

Pelo twitter, Camila Lisboa, coordenadora-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, confirmou a greve: “Esse foi o último recurso diante da intransigência do governo Doria que insiste em desrespeitar trabalhadores na linha de frente da pandemia. Agora é luta!”.

Pouco depois das 22h, o secretário estadual de Transportes de São Paulo, Alexandre Baldy, atacou a greve, chamando-a de “desumana”. Camila respondeu, lembrando da covid-19: “Desumano é atacar trabalhadores que estão na linha de frente, pagaram com 20 vidas e centenas de contaminados”.

Direitos ameaçados

A direção do metrô e o governo Doria tentam retirar direitos históricos como o adicional noturno, adicional de tempo de serviço e de férias, entre outros previstos no acordo coletivo de trabalho. Também propõe um reajuste de 2,6%, bem abaixo da inflação.

Segundo o sindicato, “a desculpa de Doria para dar calote na categoria é uma grande mentira. Ele alega queda na arrecadação mas repassa dinheiro público aos bilionários do setor de transportes. A CCR, que já administra as Linhas 4 e 5 do metrô, agora também “ganhou o leilão” de privatização das Linhas 8 e 9 da CPTM. Uma vergonha!”

Mobilização

Durante todo o dia, a categoria realizou protestos dentro de fora das estações e locais de trabalho. No Jabaquara, foram para a rua, com cartazes e apitos, pedindo que Doria respeite os metroviários. Em várias estações, conversaram com a população, distribuindo uma carta aberta e explicando os motivos do movimento. Também denunciaram a tentativa do governo Doria de tomar a sede do sindicato, para vender a construtoras.