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MOVIMENTO

Governo Doria quer vender a sede do Sindicato dos Metroviários de SP

da redação
Metroviarios / Divulgação

No dia 26 de abril, um dia antes da primeira reunião de negociação da campanha salarial deste ano, o Metrô de São Paulo enviou uma carta ao sindicato pedindo para que a sede da entidade, na rua Serra do Japi, próximo ao metrô Tatuapé, fosse entregue em 60 dias. Na semana posterior à “carta de despejo”, a empresa publicou um edital de licitação de venda da área, a ser realizada no dia 28 de maio. Nesta primeira semana de maio, começou a agendar visitas de construtoras que estariam interessadas em comprar o terreno.

“Os trabalhadores e as trabalhadoras do Metrô estão sofrendo uma ameaça muito séria, autoritária e antidemocrática. Uma prática anti-sindical gravíssima para tentar tomar um prédio que foi erguido pelas próprias mãos dos trabalhadores. O objetivo é atacar a nossa resistência”, explica Camila Lisboa, coordenadora geral do Sindicato dos Metroviários.

O terreno aonde se encontra o sindicato foi cedido pelo Metrô em 1987, com contrato em regime de comodato. O contrato foi renovado e alterado várias vezes. Esta concessão foi apenas do terreno e não o prédio, pois este foi construído pelos metroviários, assim como o pagamento do IPTU do terreno é feito pelo sindicato. No ano passado, o Metrô não quis renovar e após negociação, renovou por um ano, até outubro de 2021.

Defender a sede do Sindicato

O sindicato dos Metroviários deixou explícito na negociação da campanha salarial que não aceitará que o tema da sede entre na mesa de negociação, como moeda de troca. O Metrô parecia ter aceito isso, mas na medida em que acelera o processo de retomada do espaço, um dia antes da primeira rodada de negociações, fica explícito o objetivo de complicar a organização e a resistência da categoria.

A motivação do Metrô para retomar o terreno é a alegação de estar em crise. De fato, o Metrô está colocando vários terrenos e prédios para venda, orientado pela ideia de que o Metrô não deve receber subsídio estatal. “Esta é uma escolha errada. O transporte público deve sim receber recursos públicos, para garantir a mobilidade da população e tarifas baratas. Esse discurso não condiz com a realidade, pois o mesmo governo não hesita em dar dinheiro para a CCR, empresa privada que gere as linhas privadas e agora também as linhas 8 e 9 da CPTM”, afirma Camila Lisboa.

Solidariedade

A sede da Rua Serra do Japi nº 31 foi construída pela categoria metroviária, mas também é o lar de todo o movimento social e popular da cidade de São Paulo. Ali é um espaço que acolhe todas as principais lutas, campanhas e mobilizações da cidade e até mesmo do país, abrigando reuniões, assembleias e encontros nacionais. O ataque à sede é uma forma de enfraquecer a resistência em São Paulo de conjunto, ao mesmo tempo em que satisfaz os interesses de construtoras.

Por isso, o Sindicato dos Metroviários realizou  no dia 07 uma reunião com a presença de representantes dos movimentos sociais, centrais sindicais e parlamentares. Dessa reunião, teve início uma campanha política, contra a venda da sede e para que o Metrô de SP doe em definitivo o espaço ao sindicato. As primeiras iniciativas estão sendo dadas, através de notas políticas, declarações na Assembleia Legislativa, e, principalmente, com um abaixo-assinado virtual, em defesa do sindicato. Assine e divulgue esta iniciativa. Repudie a tentativa antidemocrática, antissindical, autoritária e intimidatória do governo do estado de São Paulo e da direção da Companhia do Metropolitano de tomar a sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.