Na última sexta-feira, 7, o Comitê Nacional de Paralisação (CNP) aprovou um documento que convoca um novo dia de mobilização na Colômbia, para esta quarta, 12.
Participaram da reunião, além do Comitê Nacional de Paralisação, 29 comitês locais. O movimento decide pela continuidade e fortalecimento da greve, tendo em vista a posição do governo baseada em uma ofensiva repressiva sem precedentes que viola todos os direitos humanos, que já deixou mais de 30 assassinatos, 79 detidos e 200 desaparecidos.
O movimento indica para o dia 12 o retorno em massa às ruas e vias públicas, para rejeitar a militarização e as mortes pela violência policial e exigir do governo garantias para as manifestações de rua. A expectativa é de atos de massa, superiores em quantidade e qualidade ao primeiro ato, em 28 de abril, e aos que se seguiram, em 01 e 05 de maio, como parte da paralisação nacional. O documento aprovado recomenda também ações culturais e criativas, como formas de expressar o sentimento de indignação da população colombiana, e recomenda que se mantenham todas as medidas de biossegurança nos atos.
Negociação
As lideranças também redigiram uma carta ao presidente Ivan Duque, de direita, em resposta à carta-convite enviada pela Presidência ao Comitê Nacional de Paralisação, na qual propunha uma reunião, conforme a abordagem do Governo. O movimento aceita a participação na reunião, mas sob suas bases, e não na proposta pelo governo. O comitê reitera o repúdio à militarização do Estado e o envolvimento do exército nacional na repressão. O Comitê Nacional de Paralisação seguirá pautando a revogação do Documento Nacional de Emergência, bem como a revogação do decreto 1174, que é uma reforma previdenciária pela porta dos fundos emitida unilateralmente, em momentos em que os trabalhadores não puderam se mobilizar para exigir seus direitos.
Confira a tradução do documento na íntegra:
Com a presença dos membros da Comissão Nacional de Greve-CNP e das Comissões de Greve dos departamentos de: Atlántico, Bolívar, Cesar, Córdoba, Guajira, Madalena, Sucre, Arauca, Santander, Norte de Santander, Antioquia, Choco, Bogotá e Cundinamarca, Tolima, Huila, Meta, Boyacá, Cauca. Nariño, Valle, Putumayo, Caldas, Quindío, Risaralda, Amazonas Caquetá, Casanare, Guainía, Guaviare. Acompanhado de organizações sociais como a Minga indígenas, sociais e comunitários, Cúpula Agrária, CNA, processo de comunidades negras, por um total de 154 participantes primeiro dia e segundo dia 123 pessoas.
Tendo ouvido os relatórios dos CDPs, organizações sociais e outros participantes do
reunião, chegamos às seguintes conclusões:
1.- A greve continua e deve ser fortalecida tendo em vista a posição do governo de nos responder com um ofensiva repressiva sem precedentes que viola todos os direitos humanos e os direitos legítimos e legais direito à mobilização social e política, o que deixa mais de 30 assassinatos, 79 detidos e 200 desaparecidos. Ratificamos nossa decisão de sentar para negociar os documentos de solicitação do CNP e principalmente do Documento Nacional de Emergência, exigem o fim da repressão, a militarização e violação dos direitos humanos.
2.- Realizar no dia 8 de maio um dia nacional e internacional de reclamação para o tratamento de as mulheres na violação de seus direitos, devido ao aumento do número de feminicídios; será tratado eventos culturais e educacionais e ações de mobilização.
3.- MOBILIZAÇÃO NACIONAL no dia 12 de maio em todo o país, retornaremos em massa às ruas e vias públicas, para rejeitar a militarização e as mortes, presos e desaparecidos pelo violência policial e exigência do governo garantias para o desenvolvimento de nossa luta e de um processo negociação das especificações do CNP, mobilização de setores e resolução de problemas e especificações regional. Essas mobilizações devem ser massivas, pacíficas e mantendo todas as medidas de biossegurança, também com alto conteúdo cultural e colorido como expressão de indignação reinando. A meta é que sejam superiores em quantidade e qualidade aos de 28 de abril, primeiro e cinco de maio.
4.- Autorizar a assinatura da declaração política emanada da reunião de 5 de maio Entre Defenda a Paz, O Pacto Histórico, a Coalizão pela Esperança, congressistas liberais e demais partidos que apóiam a greve e o Comitê Nacional de Desemprego do CNP, com ajustes que fizemos o texto inicial proposto.
5.- Elaborar carta aberta ao Presidente da República, exigindo garantias para o processo luta da greve nacional e ao mesmo tempo instando-o a sentar-se diretamente para negociar com o CNP e não com funcionários do governo intermediário. Envie também uma carta de resposta concordando em se reunir com o Presidente da República para levantar a demanda por desmilitarização, fim da repressão e violação dos direitos humanos e negociação. Reivindicamos uma comissão de 6 colegas para elaborá-los e processá-los.
6.- Se discute e aprova dar curso nos locais de bloqueios e resistência, às cordas serviços humanitários para o trânsito de ambulâncias, veículos com oxigênio e infraestrutura de saúde, veículos que transportam medicamentos, alimentos e gasolina para resolver a falta de recursos que acomete a população.
7.- É orientado que por iniciativa do CNP e do CDP, sejam preparadas e realizadas assembleias populares, sindicatos e sindicatos para informar, ajudar a dirigir e fortalecer a greve nacional, departamental, municipal e regional. Participar da assembléia popular que será realizada em Cali no domingo, 9 de maio em reconhecimento do papel de luta e resistência do povo Valladolid e de forma especial Caleño. Da mesma forma, está orientado a coordenar em todos os departamentos o trabalho da unidade e de lutar com organizações sociais e lutar contra organizações que não fazem parte do CNP, vinculá-las ou trabalhar em unidade de ação e promover assembléias populares.
8.- Convocar como CNP expandido para uma nova reunião em 13 de maio para avaliar e ajustar o plano de trabalho para a manutenção e andamento da greve nacional e a definição das tarefas a serem seguidas.
Rejeitamos os atos violentos ocorridos no dia 9 de maio, na cidade de Cali, contra a Minga Indígena e manifestantes por parte das forças armadas!
Povos indígenas e manifestantes, pela Força Pública e outros atores armados.
PARE PARA SEGUIR … VIVA O DESBLOQUEIO NACIONAL !!!
Carta aberta ao presidente Ivan Duque
Em resposta à carta-convite, datada de 6 de maio de 2021, na qual convidam a Comissão Nacional de Paralisação para uma reunião com o objetivo de nos ouvir e avançar nos fundamentos conforme a abordagem do Governo; Expressamos nossa vontade de avançar na referida reunião exploratória.
Encontro que assumimos como espaço para exigir respeito e garantias pelo livre exercício de mobilização e protesto social, rechaçar a militarização do país e o uso excessivo da força por parte da Polícia, da ESMAD e do Exército Nacional perante aqueles em que se mobilizam. De forma pacífica e para atender a negociação das solicitações consignadas no Documento Nacional de Emergência, bem como outras reivindicações dos setores sociais mobilizados.
Consideramos também que nesta primeira reunião, e se for o caso no futuro, poderemos contar com o acompanhamento de representantes da Organização das Nações Unidas e da Conferência Episcopal da Colômbia.
Agradecemos a atenção dispensada, sinceramente,
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Bogotá, 9 de maio de 2021
Leia o documento original aqui: 9-05-21 CONCLUSIONES REUNION CNP-AMPLIADO (1)
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