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MOVIMENTO

LG anuncia fechamento de fábrica e trabalhadores fazem greve unificada em São Paulo

da redação
CSP Conlutas/Divulgação

Trabalhadores da LG Eletronics e de suas fornecedoras unificaram sua luta no dia 12, segunda-feira, com a entrada em greve dos funcionários da empresa em Taubaté (SP). Os metalúrgicos das subsidiárias Sun Tech, BlueTech e 3C – localizadas nas cidades de São José dos Campos (SP) e Caçapava (SP) – já haviam deflagrado paralisação no dia 6 de abril, um dia após o anúncio de que a empresa sul-coreana fecharia a sua divisão global de produção de aparelhos celulares. Na mesma data, a empresa informou que pretende fechar a fábrica e levar a linha de produção de notebooks e monitores para Manaus (AM).

Estima-se que cerca de 700 postos de trabalho na LG e 430 nas fornecedoras correm o risco de serem fechados, sendo a maioria ocupados por mulheres. Além da perda dos empregos diretos, o impacto previsto na economia local com encerramento das atividades das empresas seria de pelo menos 72,7 milhões de reais anuais. Os trabalhadores reivindicam a manutenção dos postos de trabalho e que a indenização, no caso de demissões, seja estendida às empresas terceirizadas.

ENGLISH | Solidarity with the strike on LG suppliers workers in Brazil

O fechamento da LG em Taubaté representa automaticamente o fim das terceirizadas que realizam, na prática, todo o processo de produção e têm como cliente exclusiva a unidade paulista da empresa sul-coreana. “Não tivemos outra alternativa ao decretar a greve, primeiramente nas fornecedoras, para que seja garantido o direito das trabalhadoras e para que, no caso de haver algum pacote de benefício suplementar na LG, que isso também seja pago às trabalhadoras das terceirizadas, garantindo assim tratamento igual para todas trabalhadoras”, afirmou Marina Sassi, diretora do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.

Segundo a diretora do sindicato, “já existia o rumor do fechamento das empresas, o que era motivo de apreensão por parte das trabalhadoras, pois representa a perda dos empregos num momento do país em que estamos vivendo um caos social decorrente da pandemia, com uma grande dificuldade de se arranjar emprego”. O sindicato defende também que o governo federal estatize as empresas que realizarem demissão em massa ou anunciem o fechamento no Brasil. 

A LG Electronics é a maior empresa do setor de eletroeletrônicos na  região e o seu número de empregados despencou de 2.548 em 2013 para 950 trabalhadores em 2020.

Um estudo realizado pelo Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese) em abril, indica que a LG, apesar do alegado prejuízo global de 4,5 bilhões de dólares com o comércio de telefones entre 2015 e 2020, teve em 2020 o seu maior faturamento desde a crise de 2008, atingindo um total de 53,6 bilhões de dólares – o que corresponderia a um quarto da arrecadação do Estado brasileiro atualmente. Em sua conclusão, expressa que “o ponto motivador para medidas como a que está sendo feita pela LG são as exigências de um patamar de lucro que atenda aos anseios de um grupo de acionistas, que nem sequer residem no Brasil. Ou seja, é um processo de reestruturação para aumentar as margens de lucro da empresa”.

O Ilaese afirma também que a LG obteve uma margem de lucro bruto crescente nos últimos anos e, em 2020, o maior lucro líquido dos últimos 10 anos. Isso indica que a  LG encontra-se em uma situação muito confortável para manter seus investimentos nas mais diversas áreas e suportar as oscilações típicas do mercado. “Nem mesmo o fechamento da divisão de celulares era uma necessidade da empresa no último período, pois ela possui condições de alimentá-la em um setor cujo consumo é ascendente. Tanto é assim que o último período foi marcado por melhoria constante do valor de suas ações no mercado financeiro”, aponta o estudo.

ENDEREÇOS PARA MOÇÕES

LG:
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Sun Tech:
[email protected][email protected]

Blue Tech:
[email protected][email protected]

3C Celulares:
[email protected][email protected]

Ministério Público do Trabalho
[email protected]

Sindicato dos Metalúrgicos
[email protected]