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BRASIL

Em defesa da liberdade de expressão e da livre atividade sindical na UFRJ: censura nunca mais

Técnicos administrativos da UFRJ que compõem o coletivo Travessia e a Resistência-PSOL

Há alguns dias, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (SINTUFRJ) realizou uma ação política de suma importância no combate à pandemia e à péssima gestão do governo Bolsonaro. A partir de um painel instalado no campus da Praia Vermelha e de vídeos lançados nas redes sociais, foram feitas duras críticas ao verdadeiro genocídio que vem ocorrendo em nosso país, com anuência e participação direta do governo federal. Além disso, a ação também faz um apelo: Vacina para todos, já.

Como consequência, ocorreram ataques graves a nosso sindicato. Primeiramente, com a viralização, o vídeo atraiu apoiadores do presidente, que começaram a ameaçar a instituição por “atrapalhar o Brasil” (incluindo menções a depredação de sede), a seguir parlamentares da base do governo endossaram essa perseguição querendo enquadrar a ação política como um crime federal.

Há uma clara tentativa de proibir a liberdade de expressão e de atividades sindicais dentro das instituições federais de ensino, e, diante disso, a reitoria da UFRJ se apressa em soltar uma nota por meio de sua assessoria de imprensa negando participação e condenando a Instalação do sindicato.

Nós não construímos a gestão atual do SINTUFRJ e temos desacordos políticos com a mesma. No entanto, a defesa da vida contra um governo que só nos ataca e deixa morrer está acima de qualquer diferença. É urgente e necessária a unidade entre nós, trabalhadores e trabalhadoras.

Os servidores públicos têm sido linha de frente no combate à pandemia. Apesar disso, tiveram seus salários congelados com a recente PEC 186 e vêm sofrendo inúmeras pressões e ataques vindos do governo federal.

Na universidade não é diferente. Ainda que com desigualdades, docentes, técnicos e estudantes sofrem com a situação atual uma piora considerável de suas condições de estudo e trabalho. Isso sem mencionar os trabalhadores terceirizados, muitos sendo obrigados a trabalhar presencialmente durante grande parte da pandemia.

Enquanto não houver uma postura ativa e unitária entre nós, será muito mais difícil que se reúnam forças para resistir e tentar virar essa situação. Nesse sentido, expressamos total solidariedade ao Sintufrj e repudiamos a atitude da reitoria, que se descola do restante da universidade em um dos momentos mais difíceis de nossa história. Muitas vezes servindo como correia direta de políticas do governo federal. É preciso garantir que as universidades sejam um espaço de livre pensamento e ação política.

Lutar não é crime! Censura nunca mais!

*Esse texto é uma construção coletiva de técnicos administrativos da UFRJ que compõem o coletivo Travessia e a Resistência-PSOL.