1. Os capitais operantes no Brasil (nacionais e estrangeiros) queriam comprar as vacinas para vacinar “seus” trabalhadores (a quem tratam como mercadoria).
2. Movimentaram-se junto ao seu Congresso Nacional por uma lei para que a espúria prioridade do lucro prevalecesse.
3. Acenaram doar 50% das vacinas ao SUS.
4. Ocorre que o grande capital da poderosa indústria farmacêutica manifestou-se: não venderia vacinas em canto algum do globo para grupos privados e pessoas. Só as venderia aos Estados.
5. Sob o aparente comprometido discurso social da indústria de medicamentos está a preservação de seu mercado.
6. A indústria farmacêutica está entre os cinco ou seis mais lucrativos negócios capitalistas do mundo e na sua defesa de vendas aos Estado, ‘esqueceu-se” de informar que são estes alguns de seus maiores consumidores pela via das politicas sociais de saúde.
7. O que fizeram os representantes dos chucros capitais operantes no Brasil? Prometeram repassar dinheiro (?) para o Estado comprar as vacinas para eles, os capitais.
8. Aqui entra o fundo público: não é da vocação do Estado dos capitais receber dos capitais para realizar-lhes as necessidades. A lógica é a inversa; o Estado é que serve aos capitais por meio da transferência do fundo público aos privados para garantir-lhes os lucros.
9. Este pagamento da vacina com o fundo público para uso privado certamente será mais ágil do que tem sido para prover a compra e produção de vacinas para a vacinação em massa de toda a população brasileira. Esta forma de apropriação privada é mais um capítulo do jeitinho brasileiro (na verdade da burguesia e de seus prepostos nos governos) que nos leva cada vez mais fundo na tragédia, no genocídio, em curso.
10. Aprovado na Câmara Federal, o escândalo agora segue como matéria a ser apreciada no Senado.
11. Até a OMS, diante da tragédia no Brasil, tem se manifestado favorável a suspensão das patentes para a produção das vacinas em nosso país.
12. A prioridade da vacinação – em situação de genocídio como a que está em curso no Brasil – deve ser formulada por autoridades sanitárias e não por capitais médios ou grandes interessados apenas em seus lucros e na continuidade da exploração de seus trabalhadores.
13. O interesse pelos lucros nunca foi compatível com a defesa da vida.
14. Por fim, a disputa por prioridade na vacinação no seio da classe trabalhadora não é uma boa conselheira pois não opera com o princípio de proteção da totalidade dos trabalhadores e das trabalhadoras.
#vacinajá
#pelaquebradaspatentesdavacina
*Professora da Escola de Serviço Social da UFRJ.
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