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BRASIL

Doria e Rossieli seguem a marcha da insensatez contra a vida

Richard Araújo, de São Paulo, SP
Reprodução / Instagram

No dia em que o Brasil registrou mais uma triste marca com mais de 1.910 vidas perdidas e 71.704 novos casos de contaminação em 24 horas, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), deu mais uma demonstração de seu cinismo ao anunciar as novas medidas do governo paulista para responder ao agravamento da pandemia e a iminência de um colapso no sistema de saúde do estado mais rico do país. 

No mais descarado oportunismo eleitoral, com a máscara de um gestor preocupado com o agravamento da pandemia e que pauta ações em critérios científicos, personagem criado com vistas à disputa eleitoral de 2022, o governador do PSDB anunciou as novas medidas. O Plano São Paulo classifica todo o Estado na fase vermelha, na qual, em tese, aumentariam as restrições das atividades econômicas para tentar baixar as curvas de contaminações e mortes, que também seguem a preocupante tendência nacional, com mais 13.749 novos casos e 367 vidas perdidas nas últimas 24 horas.

No entanto, apesar da pompa teatral e da “voz embargada” do governador, salta aos olhos que as medidas anunciadas e que entrarão em vigor a partir do próximo final de semana estão distantes do rigor exigido na carta divulgada no dia 01 pelos secretários de saúde, através do CONASS, na qual se posicionaram por maiores restrições das atividades não essenciais e suspensão das atividades presenciais nas escolas.

Entre as medidas, que devem ficar em vigor até o dia 19 de março, está o fechamento de shoppings centers, do comércio e serviços não essenciais, de bares e restaurantes, salões de beleza e barbearias, academias, parques, teatros e cinemas e a proibição de atividades que causem aglomeração. Medidas necessárias, mas insuficientes, considerando que porta-vozes do próprio governo trabalham com um cenário de total colapso do sistema de saúde nas próximas semanas, que já registra recorde de pessoas internadas com a doença.

Um dos pontos do anúncio do governo que causou uma grande revolta foi a decisão de manter o atendimento presencial as escolas, que têm sido um preocupante foco de contaminações desde o início do ano letivo, em 01 de fevereiro, nas escolas privadas, e em 08 de fevereiro, nas escolas da rede estadual. Ao longo deste quase um mês, o número de casos de contaminação e mortes de profissionais da educação e estudantes cresce a cada dia, somando até agora o total de 1.845 casos de contaminação em 845 escolas e, ao menos, 20 mortes.

Essa decisão irresponsável e criminosa da gestão Doria e Rossieli, que contraria, inclusive, a opinião do secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, que defendeu em entrevista na CBN na última terça-feira (03) a imediata suspensão das atividades presenciais nas escolas, é mais uma sinalização categórica de que para a gestão tucana os interesses do donos dos estabelecimentos de ensino privado, que têm promovido uma pressão constante sobre o governo estadual e as prefeituras através do “movimento” Escolas Abertas, se sobrepõem à defesa da vida. Mais uma vez Doria coloca acima da defesa da vida da população de São Paulo a defesa do lucro dos capitalistas, demonstrando a aproximação, na política concreta, entre o modo tucano de governar e o negacionismo do facínora Bolsonaro.

Diante do tenebroso quadro que estamos atravessando e da piora que se avizinha, diante dos limites das ações do governo paulista e da política genocida do governo Bolsonaro, a luta em defesa da vida torna-se cada dia mais urgente. Neste sentindo, o fortalecimento da luta da educação pelo fechamento das escolas, como parte da luta por um lockdown nacional, e pela adoção de medidas que garantam o direito ao acesso aos recursos tecnológicos, internet gratuita e garantia de segurança alimentar aos estudantes e auxílio emergencial para desempregados e pessoas sem renda, deve ser o centro das preocupações nos próximos dias.

Se eles decidiram nos matar, não nos resta outra alternativa que não seja resistir ao plano genocida em curso no país e também em São Paulo. Neste sentido as greves pela vida dos profissionais da educação das redes estadual e municipal, que exigem a suspensão das atividades presenciais nas escolas e a retomada do ensino remoto, são importantes ferramentas de resistência contra a marcha da insensatez dos governos Dória e Bruno Covas e em defesa da vida.

Escolas Fechadas, Vidas Preservadas!
Fora Rossieli!
Fora Bolsonaro!