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BRASIL

Governo Paulo Câmara (PSB) colabora com o coronavírus e protege o lucro dos ricos

Ismael Feitosa*, de Recife, PE
Valter Campanato/Agência Brasil

Governador de Pernambuco, Paulo Câmara.

Das mais de 224 mil mortes registradas oficialmente no país até o terceiro dia de fevereiro de 2021, mais de 10 mil ocorreram em Pernambuco.

Se nacionalmente temos um genocida declarado “abrindo alas” para o coronavírus, aqui em Pernambuco temos um governo que, em palavras e perante o público, declara preocupação com o quadro. Mas, na prática, pouco do que fala vira ação para combater o vírus e proteger a população.

A gestão Paulo Câmara tem se destacado como trágica na administração do transporte público do Recife e Região Metropolitana durante a pandemia: redução de frota, ônibus lotados, filas gigantescas nos terminais… Trágica para população, é claro, porque para as seis famílias que controlam, há décadas, a exploração desta concessão pública, a pandemia não trouxe problemas, mas sim soluções para os seus planos de demissão e superexploração dos rodoviários ao fazer avançar o regime de trabalho da dupla função do motorista. A extinção dos cobradores só foi possível com a expressa colaboração e autorização do governador, que ainda permitiu a redução de frota,  de viagens e a extinção de linhas, o que faz com que os passageiros do Recife se transformem em verdadeiras “oferendas” para o coronavírus.

Como se essa péssima gestão do transporte público já não fosse suficiente para ajudar na circulação do coronavírus, eis que na última semana de janeiro Paulo Câmara anuncia, por meio da estatal de água e esgoto de Pernambuco (Compesa), o início do racionamento de água no estado. Dependendo da cidade, os moradores terão que ficar entre 5 e 20 dias sem água. Será este o caso do Recife (dois dias com água e cinco dias sem) e de Jaboatão dos Guararapes (um dia com água e 20 dias sem). Em plena pandemia, em que a oferta de água é vital para a prevenção das pessoas contra a contaminação, um recurso fundamental se tornará escasso na residência dos pernambucanos.

Certamente este quadro de insuficiência hídrica já era do conhecimento do governador há, pelo menos, alguns meses. Este optou por não enfrentar um possível desgaste em ano eleitoral e, simplesmente, preferiu esconder o problema e só veio tratar da crise hídrica passadas as eleições. Ou seja, Paulo Câmara foi negligente na sua atribuição de governar. Escolheu por não alertar e orientar a população quanto ao uso correto da água. A julgar pela quantidade de vazamentos na rede de distribuição, Paulo Câmara também falhou nos devidos cuidados de prevenção e manutenção desta. Por tabela, o racionamento obrigará as pessoas a improvisaram depósitos de água, o que poderá aumentar as doenças relacionadas ao mosquito Aedys Aegypty (dengue, chicungunha e zica).

Além destas flagrantes negligências na forma de gerir a oferta destes importantes serviços públicos, o governador do PSB sequer tem cogitado socorrer as famílias mais carentes de Pernambuco lhes oferecendo acesso a uma renda básica que substitua o auxílio emergencial nacional enquanto durar a pandemia.

A população pernambucana precisa agir o quanto antes para impor uma mudança de postura ao governador.

Medidas básicas necessárias para se combater a pandemia e proteger os mais pobres:

– Chega de ônibus lotado, ainda mais em plena pandemia!
– Mais investimentos na Compesa! Isenção de taxa para os mais pobres e desempregados!
– Pela imediata implementação de um programa estadual de renda básica para pobres e desempregados!
– Rediscutir a tributação estadual para cobrar mais de quem pode pagar mais!

 

*Militante da Resistência/PSOL e membro do Diretório Municipal do PSOL Recife.

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covid-19 / pernambuco