Pular para o conteúdo
MUNDO

Três razões para quem é de esquerda votar Marisa Matias

Semear o Futuro, Portugal

No próximo dia 24 de janeiro ocorrerão as eleições presidenciais portuguesas. Essas eleições tem sido marcadas pelo favoritismo do atual presidente de direita, Marcelo Rebelo de Sousa, que tem obtido mais de 65% das intensões de voto nas pesquisas de opinião, e o crescimento expressivo da candidatura de extrema-direita de André Ventura, que tem obtido mais de 10% nas pesquisas e disputa um lugar no segundo turno. Conforme já publicado aqui, “o neo-fascista André Ventura quer fazer da crise um terreno para o ódio, ao serviço dos poderosos. Nas eleições presidenciais, testará a força desse projeto.” Reproduzimos no Esquerda Online a declaração do coletivo Semear o Futuro em apoio à candidatura de Marisa Matias do Bloco de Esquerda.

Três razões para quem é de esquerda votar Marisa Matias

O futuro não está fácil. No dia 24 de janeiro haverá uma eleição determinante para a Presidência da República. Não o será tanto pela definição de quem vence a eleição. Mas sim porque irá assinalar quem parte com mais força para as lutas de um ano de crise social, económica e pandémica. Dia 24 sairão reforçadas as forças que querem apresentar a fatura da crise aos ricos e poderosos ou, pelo contrário, as que querem que sejam os trabalhadores e o povo a pagar a crise. Por isso dia 24 votamos: sem medo! Votamos em quem combate o fascismo e a direita dita moderada que lhe quer abrir portas; em quem pode trazer a luta feminista, pelo clima e antirracista para o centro do debate; votamos em quem não falha às lutas das precárias, da habitação e está na linha da frente pelo SNS. Dia 24 votamos na Marisa Matias.

1. Votar contra o regresso da direita e o fascismo

Há quem se lamente por o Chega estar no centro do debate eleitoral. À esquerda e à direita há quem pense que ignorá-lo é a melhor resposta e que basta defender o emprego e atacar a corrupção para que ele desapareça. Estão enganados: essa opção foi a que foi tentada até ao momento, com os resultados conhecidos. A irrupção de um movimento fascista com milhares de votos é, evidentemente, um tema central e tem de ser respondido. O Chega é fascista, promove o ódio racial e misógino, é apoiado por grupos racistas violentos, alguns infiltrados nas polícias, e é financiado por forças capitalistas obscuras. Num cenário de previsíveis crises políticas, a direita tentará voltar ao poder repetindo a aliança com o Chega que fez nos Açores. “Embora eu não esteja na cabeça de Marcelo, imagino que ele possa ver no Chega uma possibilidade de o PSD voltar ao poder.” lembrou bem Marisa Matias. A abstenção, a neutralidade ou o medo não servirão para travar este perigo. Só uma esquerda que não ignore a luta antifascista e antirracista pode impedir Marcelo e a direita de abrir a porta do poder ao fascismo. Marisa Matias representa essa esquerda.

2. A luta antirracista é definidora

A iniquidade capitalista tem muitas caras: a predação das vidas e do planeta é a forma como alimenta o lucro dos de sempre. Unir os explorados e oprimidos é a única forma de organizar um levante que mude a sociedade. A força propulsora dessa união está nas mais exploradas e oprimidas. Por isso a luta antirracista e feminista é central na defesa de quem trabalha. A vaga de lutas antirracistas de 2020 mostra-nos de onde vem hoje o potencial para combater o sistema. Não por acaso, a maior manifestação que o país viu no ano passado foi a onda antirracista a 6 de junho. Enfrentar as raízes coloniais que persistem na nossa sociedade, o anticiganismo sistémico, a violência policial racista e os direitos dos imigrantes não é secundário. Não é uma bandeira que se agita para lembrar que “também” se apoia estas lutas. Não se defende os mais explorados no mundo do trabalho sem a coragem de levantar estes temas. “Defender a Constituição” com um discurso “patriótico” que esquece o antirracismo fica aquém. O fascismo faz do ódio a sua agenda central. Na barricada oposta, temos de dar o mesmo peso à luta contra o racismo. Até hoje, a esquerda, não o fez, não só no discurso público mas também na luta de rua ou nas políticas autárquicas. É a candidatura da Marisa Matias a que mais se abre a essa mudança: dar força à luta das trabalhadoras e trabalhadores racializados para unir os 99%, na luta contra a exploração das nossas vidas e do  planeta!

3. Convergir 100% à esquerda

Há quem diga que deveria ter havido uma candidatura única à esquerda. Há quem argumente que mais candidaturas mobilizam mais votos. A verdade é que se apresentaram várias candidaturas neste campo e nenhuma deve ter a arrogância de falar pela convergência das esquerdas – menos ainda exigir que outros desistam a seu favor. Se a unidade é necessária, ela não pode ser feita sem políticas 100% à esquerda – e quem se propunha a ser a candidata de Costa não pode querer agora ser a candidata das esquerdas. Marisa Matias é a voz de uma esquerda que, sem deixar de ser radical, faz pontes. Mas também de uma esquerda que teve a coragem de se opor ao Orçamento do PS porque este não assegurava saúde, emprego, salários ou habitação. Só o reforço desta esquerda hoje vai ajudar a convergências de esquerda para a luta por direitos no difícil 2021 que nos aguarda.

 

Pela igualdade, pelo SNS, pelo emprego,
pela habitação, pelo Planeta: leva a máscara
e o batom e vota Marisa pelo #vermelhoemBelem!

Marcado como:
portugal