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BRASIL

‘Por mais mulheres e mais diversidade na Câmara de São Paulo’, defende Boulos em apoio à Bancada Feminista do PSOL

Carol Burgos, da Redação

No próximo domingo (15), milhares de pessoas vão às urnas para decidir os próximos prefeitos e vereadores das cidades brasileiras. Em São Paulo, maior cidade da América Latina, com 12 milhões de habitantes, o processo eleitoral ganha ainda mais importância com a possibilidade de um segundo turno com um representante da esquerda, Guilherme Boulos (PSOL), que pontua em segundo nas últimas pesquisas. Além do cargo executivo, os 8.986.687 eleitores aptos a votar na capital paulista, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), poderão também escolher uma candidatura para ocupar uma das 55 vagas na Câmara Municipal. Atualmente, apenas 11 dessas são compostas por mulheres.

“Precisamos colocar, na Câmara, mais mulheres, mais diversidade”.

“Neste ano, nós temos o desafio de ocupar corações e mentes em São Paulo, com muita esperança de fazer uma revolução solidária. É com muita honra que eu e Luiza Erundina vamos representar o PSOL nesse projeto das eleições municipais na maior cidade do país. Mas, para que essa batalha seja vitoriosa, nós vamos precisar mudar radicalmente o perfil da Câmara Municipal”, argumentou Guilherme Boulos.

A composição do legislativo municipal apresenta desigualdades, em São Paulo. Apesar de a maioria do eleitorado paulistano ser de mulheres, somando 54,2%, a composição de vereadores homens eleitos é quatro vezes maior.

“Precisamos colocar, na Câmara, mais mulheres, mais diversidade”, defendeu Boulos. Atualmente, na Câmara Municipal de São Paulo, 78% des vereadores são brancos, 80% são homens, 40% são milionários, não há nenhuma pessoa trans. 

Bancada Feminista do PSOL tem o apoio de Guilherme Boulos e Luiza Erundina

Além da composição desigual no legislativo municipal, o tema do feminismo, que contagiou o mundo com processos importantes de resistência nos últimos anos, também tomou força na capital paulista. Diante da necessidade de resistência, o debate dos direitos e representação das mulheres contagiou as eleições municipais.

Uma das candidaturas em São Paulo com foco nesse tema, a Bancada Feminista do PSOL tem trazido a discussão sobre a necessidade de eleger mulheres que representem o que é a diversidade encontrada nestes movimentos. Com o foco na coletividade e na luta das mulheres trabalhadoras, o grupo, que reúne ativistas do movimento LGBTQIA+, do movimento antirracista e por justiça ambiental, ganhou o apoio de Boulos.

“Imagina vocês cinco num mandato coletivo o que não serão capazes para transformar aquela casa”

“Quero desejar muita força para a Bancada Feminista do PSOL. A nossa querida companheira Silvia Ferraro, professora, lutadora da Educação e que foi nossa candidata ao Senado em 2018, se juntou com a Paula Nunes, com a Dafne, com a Natália e com a Carol Iara para representar um projeto coletivo de mulheres, para ocupar a Câmara, para levar para lá a nossa revolução solidária”, disse.

Silvia Ferraro é educadora, mãe e ativista da Frente Povo Sem Medo e do movimento feminista, além de compor a direção nacional do PSOL. Carolina Iara é travesti, intersexo, negra e mestranda em Ciências Humanas e Sociais. Paula Nunes é ativista do movimento negro desde 2012, é também advogada criminalista e defensora dos direitos humanos. Dafne Sena é advogada criminalista de formação e trabalhadora de aplicativos. Natália Chaves é formada em Letras, tradutora e militante ecossocialista. Juntas, constroem construindo um feminismo para a maioria. “Nós vamos estar juntos e juntas nesse processo para fazer de São Paulo a capital da resistência”, completou Guilherme.

Luiza Erundina, a primeira mulher eleita prefeita da cidade de São Paulo, na eleição de 1988, também declarou apoio à Bancada Feminista do PSOL. “Vejo com muita alegria a luta de vocês, a nossa luta. Uma luta que é libertária, emancipadora, porque transforma a nós mesmas e a quem é atingido pelo impacto dessa luta. Por isso, nós temos que falar afirmativamente, nós vamos levar vocês à Câmara Municipal de São Paulo”, defendeu Erundina.

Para a candidata a vice na chapa do PSOL nessas eleições, a presença de mulheres com trajetória de luta é importante para mexer com as estruturas da institucionalidade. “Eu comecei minha atuação política institucional como vereadora. Aquela bancadinha revolucionou aquela Câmara. Imagina vocês cinco num mandato coletivo o que não serão capazes para transformar aquela casa. Essa experiência de mandato coletivo é uma experiência histórica, revolucionária. Vou ajudar no que eu puder para ter vocês na Câmara. Se nós chegarmos à Prefeitura, Boulos e eu, e tivermos uma bancada desse porte, com a garra que vocês têm e a experiência de vida que vocês têm, olha, sai da frente”, declarou Erundina.

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