Nesta semana o Brasil ficou estarrecido com mais uma demonstração da misoginia do judiciário brasileiro. Uma matéria do site The Intercept Brasil revelou que o processo que julgava o estupro praticado por André de Camargo Aranha contra Mariana Ferrer teve como conclusão a absolvição do empresário, baseada na argumentação do Ministério Público de que o ato praticado por André foi um “estupro culposo”, ou seja, estupro sem a intenção de estuprar. Não bastasse o absurdo desta conclusão, o site também divulgou um vídeo espantoso de um depoimento prestado por Mariana em que o advogado do estuprador se utiliza de fotos retiradas das redes sociais da vítima para invalidar sua denúncia através de uma humilhação machista e inaceitável.
A Setorial Nacional de Mulheres do PSOL repudia enfaticamente a violência institucional sofrida por Mariana Ferrer. O poder judiciário não pode seguir sendo um perpetuador das violências sofridas pelas mulheres, coadunando com posturas misóginas e assediadoras. Episódios como este são responsáveis pelo fortalecimento da cultura do estupro no Brasil, país onde acontece um estupro a cada oito minutos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Exigimos justiça para Mariana Ferrer e a revogação da absurda tese de estupro culposo. Também reivindicamos a penalização do advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho pela violência psicológica contra a vítima e defendemos a responsabilização do juiz Rudson Marcos pela omissão diante de tamanho assédio. Convocamos as mulheres do PSOL a se somarem às manifestações em todo o país organizadas pelo movimento feminista para exigir justiça e o fim da cultura do estupro!
Justiça para Mari Ferrer!
Estupro Culposo Não Existe!
Mexeu com uma, mexeu com todas!
Pelo fim da cultura do estupro!
Setorial Nacional de Mulheres do PSOL
04 de novembro de 2020
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