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OPRESSÕES

Atividade da UFABC sobre pensamento africano é invadida com apologia ao nazismo

O ataque ao evento se soma a uma série de casos pelo país

Elber Almeida, do ABC Paulista
Imagem da fachada da UFABC, com a capa do livro razão africana em detalhe
Fotos de divulgação

Na terça-feira, 13/10, a atividade da Universidade Federal do ABC intitulada “A razão Africana: breve história do pensamento africano contemporâneo”, realizada em sala digital, foi invadida com projeções de imagens de apologia ao nazismo, pornografia e música alta. A atividade era organizada pelo Programa de Pós-Graduação em Economia Política Mundial, Bacharelado em Relações Internacionais, e Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UFABC.

Atualmente, a universidade pública brasileira é sistematicamente atacada por grupos que querem privatizá-la e dificultar o desenvolvimento científico, fenômeno que caminha ao lado do crescimento da extrema-direita no país. Esses ataques são reforçados por um governo que tem um ministério da educação que enfrenta sistematicamente as universidades públicas, cortando drasticamente investimentos, nomeando interventores para a gestão destas, sem falar no antigo ministro que apontava-as como locais de “balbúrdia”, sua famigerada expressão.

Num país estruturado pelo racismo, um ataque a uma atividade que tem como finalidade a difusão de conhecimento sobre linhas de pensamento desenvolvidas em África, soma-se aos ataques direcionados ao povo e movimento negro nacional. O uso de imagens pornográficas dissemina a violência de gênero presente nesta indústria que é associada ao tráfico de pessoas, pedofilia e estupro. A simbologia nazista mostra a que tipo de pensamento pertencem os responsáveis pelo ataque, numa situação em que grupos fascistas ganham espaço sob os escombros da crise social agrava por um governo que tem como política principal o ataque aos direitos sociais e à existência dos oprimidos.