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Brasil volta a ter crescimento do número de novos casos

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Praia do Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro, lotada

Gilberto Calil

Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor do curso de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), integrando o Grupo de Pesquisa História e Poder. Editor da Revista História & Luta de Classes. Presidente da ADUNIOESTE e integrante da direção do ANDES-SN. Tem pesquisas sobre fascismo, hegemonia, Estado e Poder, Gramsci e Mariátegui.

O encerramento da semana epidemiológica 36 confirma que não apenas não se manteve a tendência de diminuição do número de novos casos – que na realidade expressou-se apenas uma vez, com a redução de 13% do número de novos casos entre as semanas 33 e 34 – como estes voltaram a crescer. O crescimento foi de 2,5%, de 262.445 casos na semana 35 para 269.162. No quadro que compara os últimas 14 dias com os 14 dias anteriores, o resultado ainda indica uma redução (-7%), porque considera os dados da semana 33, que teve número mais elevado de casos. De qualquer forma, ainda que se alternem situações de aumento e diminuição, em um cenário de baixa testagem, isto não significa alteração no cenário de total descontrole da pandemia. Os dados consolidados dos casos por semana abaixo são sistematizados no quadro divulgado no Painel do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde:

Também na estimativa do Número Reprodutivo efetivo, de acordo com aplicativo desenvolvido pelo Observatório das Doenças Respiratórias da UFPB, depois de quase um mês com média móvel (que expressa a média do índice dos últimos 14 dias) abaixo de 1 (mas sempre acima de 0.95, portanto em momento algum indicando uma redução acima de 5% a cada ciclo), a móvel volta a passar de 1, estando em 1.0038 e em crescimento ininterrupto há 14 dias (desde 23 de agosto, quando estava em 0.9537). Em termos regionais, há estados que seguem com a média móvel acima de 1 (Amapá, Ceará, Goiás, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e outros com índice entre 0,95 e 1 (Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia e São Paulo). Observa-se que entre os estados que registram aumento incluem-se estados que estão entre os que tem mais altos índices de incidência (AP, CE, PE), o que reforça uma vez mais que não estamos próximos de uma estabilização via “imunidade coletiva”.

Este crescimento se dá em paralelo à diminuição dos testes, passando a relação entre testes realizados e resultados positivos. Há quatro semanas a relação era 4.3/1, há duas semanas era 4/1e agora é 3.5/1. Isto indica que muito provavelmente o aumento é ainda maior. Pelos números do divulgados pelo https://coronavirusbra1.github.io/, a relação é ainda pior: 2.9 testes por positivo. A redução é especialmente drástica nos testes realizados pelo governo federal: os testes registrados no Sistema Gerenciador do Ambiente Laboratorial (GAL) caíram de 195.385 na Semana 32 para 92.928 na Semana 35, uma redução de 52%. 

Continuamos sem instrumentos que permitam dimensionar o patamar atual de subnotificação dos casos, embora a diminuição da testagem indica que possa estar aumentando. Sem apoio do Ministério da Saúde, a UFPEL já encerrou a coleta para a quarta etapa do Epicovid-19BR, mas os dados ainda não são conhecidos. A conclusão da terceira etapa deu-se há mais de dois meses (26/6), e indicava que havia 5.1 vezes mais contaminados do que os números oficiais. Com esta proporção, estaríamos hoje com 21 milhões de contaminados, ou 10% da população do país. Considerando a intenção repetida 34 vezes por Bolsonaro de atingir 70% da população para garantir a alegada “imunidade de rebanho” (segundo levantamento da agência Aos Fatos), este número teria que crescer ainda mais 7 vezes. Seguimos com uma média móvel de óbitos persistentemente alta. Como demonstra o quadro do wordometers,, estamos há 110 dias (desde 20/5) com média móvel superior a 800 óbitos diários:

O fato de que o quadro registra uma pequena redução nas duas últimas semana não é resultado da diminuição dos casos, mas da tendência mundial de diminuição do índice de letalidade, decorrente do maior conhecimento da doença e melhora dos protocolos (como antecipação da internação), ainda que inexista medicação eficaz. No total mundial, mesmo com expressivo aumento do número de casos, o número de mortes registradas atualmente é inferior, na média semanal, aos do final de abril.

De acordo com os números oficiais, O Brasil tem 14,2% das mortes mundiais (mesmo tendo apenas 2.75% da população e, com 595 mortes por milhão de habitantes, tem uma média 5.2 vezes superior à média mundial (114.6) e já está entre os dez países do mundo com mais mortes por milhão de habitantes, tendo recentemente ultrapassado Suécia, Estados Unidos e Itália. Entre os 15 países mais populosos do mundo, apenas quatro tem mais de 100 mortes por milhão (EUA, Brasil, México e Rússia), e cinco tem entre 0,4 e 11 mortes por milhão: Japão, Etiópia, Nigéria, China e Vietnã.

No entanto, o número oficial de óbitos expressa apenas uma parcela das mortes decorrentes de Covid-19, deixando de considerar uma parte significativa dos óbitos. Isto ocorre em duas situações. A primeira é que uma parcela dos contaminados morre em casa e mesmo tendo sintomas indicativos de Covid, não são contabilizados. É impossível determinar o número de óbitos decorrentes de Covid nesta situação, restando apenas a comparação do número total de óbitos (desconsiderando aqueles por causas externas, como homicídio e acidentes) em relação ao ano anterior (um dado que só é consolidado bastante tempo depois e cujos dados parciais e incompletos vem sendo recorrentemente mencionados em discursos negacionistas). 

A segunda situação envolve as mortes por insuficiência respiratória que ocorrem em ambiente hospitalar, com sintomas compatíveis por Covid, mas que não são testados ou em cujos testes ocorrem problemas ou chegam a resultados inconclusivos. Neste caso, o óbito é registrado como Síndrome Respiratória Aguda Grave “não especificada”. O último dado disponível é de 31 de agosto (Boletim Epidemiológico 29), quando tínhamos já 48.845 mortes por SRAG não especificada, além de outras 2.691 mortes em investigação para Covid:

Isto representa um aumento de 2.361 óbitos registrados como SRAG em relação ao dado de sete dias antes, o que significa que a cada dia foram registradas, em média, 337 óbitos como SRAG, e portanto o número de óbitos diários na semana, que no número oficial é de 802, é na realidade 1.139 somando-se Covid e SRAG não especificada. Somadas ao número oficial de mortes por Covid (hoje em 126.686) e aos casos em investigação, já são mais de 178.222 óbitos. Alguns estados seguem registrando uma elevadíssima relação entre as mortes registradas como SRAG não identificada e as mortes oficializadas como Covid (dados referentes a 31/8): Paraná (2.827 SRAG / 3.084 Covid), Minas Gerais (4.061 SRAG / 5.461 Covid); Rio Grande do Sul (2.599 SRAG / 3.480 Covid), Mato Grosso do Sul (478 / 871), São Paulo (16.379 / 30.446) e Amazonas (1.424 / 3.560). Portanto, no conjunto do país, 28.7 dos óbitos estão registrados como SRAG, e em seis estados este percentual passa de 30%, chegando a 47% no Paraná:

Além disto, o Ministério da Saúde segue propagando o número de “recuperados” como se fosse um dado positivo, ignorando que há uma proporção quase constante entre número de recuperados, número de casos e número de óbitos, e que se estamos em segundo no número de recuperados, também estamos nos demais critérios. Esta argumentação oculta informações fundamentais, comprovadas por inúmeras pesquisas, que revelam que mesmo entre os sobreviventes há diversas sequelas, incluindo-se fadiga, falta de ar persistente, problemas neurológicos, circulatórios, auditivos e diversos outros ainda em investigação.

A situação no mundo

A evolução da pandemia no mundo registra tendências contrastantes: controle e expressiva redução de casos na África e em algumas regiões da Ásia (como Sudeste Asiático), redução moderada nos Estados Unidos e Rússia, aumento dos casos na Europa ocidental (em especial na França e Espanha), aumento acelerado na Índia e situação calamitosa na maior parte da América Latina. Na soma mundial, volta a ocorrer um crescimento (+120.828 novos casos), que é determinado essencialmente pelo crescimento da Índia (+206.329 novos casos). Portanto, sem considerar o expressivo crescimento da Índia (que tem ainda uma incidência abaixo da média mundial, atualmente em 0,3% da população), teríamos uma pequena diminuição.

A reversão das experiências desastrosas de reabertura das escolas em vários estados viabilizou a redução do número de casos novos nos Estados Unidos, que passaram de uma média diária de quase 80.000 casos diários no final de julho para 41.895 na atual média semana. A pior situação permanece na Califórnia e nos Estados do Sul (Texas, Florida, Georgia, Louisiana, Tenessee).

O crescimento do número de casos em países que foram durissimamente atingidos em março e abril (como Bélgica, Espanha, Itália e Reino Unido, todos com mais de 500 mortes por milhão de habitantes) indica uma vez mais que alta incidência não impede novos surtos e que apenas as medidas protetivas podem produzir uma limitação da pandemia. A França apresenta o maior número de novos casos no último período, com uma média diária de 6.691 na última semana, em um crescimento de 100% nos últimos 14 dias em relação às duas semanas anteriores. Em termos percentuais, o maior crescimento nestes últimos 14 dias se deu na Itália (+108%), mas a partir de um patamar mais baixo, pois o país conseguiu retardar mais o início desta segunda onda.

O Equador ultrapassou a Bélgica em número de mortes totais e iguala ao Brasil em mortes por milhão de habitantes. No conjunto, a situação da América Latina é calamitosa. A seguir, é preocupante ainda a situação da Ásia Central, Oriente Médio e Europa Ocidental. De acordo com o site endcoronavirus.org, os quinze países com maior número de novos casos nos últimos 14 dias são: Índia (1.098.265), EUA (574.720), Brasil (531.738), Argentina (136.638), Colômbia (125.832), Espanha (112.935), Peru (98.466), México (73.859), Rússia (67.900), França (66.809), Iraque (56.029), Filipinas (47.764), Indonésia (40.574), Ucrânia (31.792) e Bangladesh (30.559). Um caso especialmente interessante é o da África do Sul, que conseguiu estabelecer uma política de contenção efetiva capaz de diminuir de mais de 13.000 casos diários no final de julho para 1.923 na atual média semanal. Desta forma o país conseguiu reverter uma tendência que se apresentava muito negativa, enquanto países com incidência muito maior seguiam piorando a situação.

A tabela apresentada em anexo sistematiza dados dos 15 países com maior número total de mortes registradas de acordo com o wordometers e registra o número de novos casos dos últimos 14 dias, comparando com os 14 dias anteriores, de forma a identificar se a tendência em cada país é de crescimento ou redução da pandemia. Esta comparação envolvendo o número de novos casos em dois períodos de duas semanas visa avaliar se há avanço ou recuo da pandemia. O aumento nos casos na Índia compensa a redução nos Estados Unidos, e somados ao Brasil, estes países somam mais de 60% dos novos casos no período, o que sobretudo nos casos de Estados Unidos e Brasil expressa um super-representação inteiramente desproporcional à sua população.

Nos últimos sete dias, o Brasil teve 5.790 mortes (considerando apenas as oficializadas), o que representa 15,5% das 37.355 registradas em todo o mundo (o Brasil tem 2.75% da população mundial). Portanto uma em cada 6,5 mortes ocorridas no mundo se deu no Brasil, país que tem um em cada 36 habitantes do planeta. Os Estados Unidos registraram no período 6.052 óbitos e a Índia registrou 7.070. Portanto os três países contabilizaram juntos 50.6% das mortes mundiais na semana. No último sábado (29/8), o Brasil registrou praticamente o mesmo número de mortes (646) que todos os 141 países da Europa, África, Oceania, América Central e Caribe (657). A média móvel de mortes no mundo (7 dias) chegou ao máximo de 7.051 em 18/4, diminuiu e chegou no ponto mais baixo de 4.232 em 28 de maio, voltou a crescer até chegar em 5.890 em 13 de agosto e vem diminuindo novamente, estando em 5.336.

Em números absolutos, apesar da baixíssima testagem, o Brasil é o terceiro país com maior número absoluto de novos casos registrados nos últimos 14 dias, abaixo apenas da Índia (com população 6,5 vezes maior) e pelos Estados Unidos (que testa quase seis vezes mais). Dos 3.672.218 novos casos registrados no período, 14,5% ocorreram no Brasil (531.823) e 16.1% nos Estados Unidos (592.088). Portanto, dois países que juntos não chegam a 7% da população mundial, tiveram 30,6% dos novos casos. A Índia superou um milhão de novos casos, com 1.097.377, praticamente 30% do total mundial, sendo o único entre os três países que registrou aumento do número de novos casos no período. A Colômbia segue com mais de 100.000 novos casos no período, apesar de ter tido uma redução de 19%, enquanto o Peru com redução de 18% volta a ficar abaixo deste patamar.

A China, que há tempos deixou de constar no quadro dos quinze países com mais mortes, foi ultrapassada por países como Holanda, Turquia e Suécia (que tem uma população 140 vezes menor), Equador, Paquistão, África do Sul, Indonésia, Egito, Iraque e Bolívia, e hoje é apenas o 28º país em número absoluto de mortes e o 170º em mortes por milhão de habitantes. O país não registra morte há 123 dias, conseguiu controlar um surto na região de Pequim, reduziu número de casos ativos para 159 e realizou mais de 1.800 testes por resultado positivo. O Vietnã, com 97 milhões de habitantes e uma política de contenção exemplar, registra 35 óbitos e 199 casos ativos, com uma taxa de mortes por milhão de habitantes de 0,3, 2.000 vezes menor que a taxa brasileira.

A maior parte dos países vem elevando expressivamente a testagem e atingindo ou passando a relação de 20 testes realizados por resultado positivo indicada pela OMS como expressão de um controle efetivo. Enquanto a maior parte dos países europeus tem mais de 20 testes realizados por resultado positivo e os Estados Unidos e Índia tem mais de 10, os países latino-americanos destacam-se negativamente: Chile (6,2), Peru (4,9), Colômbia (4,4), Brasil (3,5), Equador (3) e México (2,3). Na realidade, a situação brasileira é ainda pior do que sugere o índice, pois parte destes testes são testes rápidos, inteiramente inadequados para diagnóstico e que sequer deveriam ser contabilizados. 

O elevado ritmo de crescimento das mortes no Brasil, associado a um ritmo de crescimento do número de casos ainda maior, indica um rápido e intenso agravamento do quadro nacional. Já chegando a 126.686 mortes oficializadas, a ausência de uma política nacional de contenção é expressão de uma política criminosa e genocida, e mesmo a moderada redução no número de novos casos não se reflete em diminuição do patamar de mortes diárias. As medidas pontuais e regionalizadas de fechamento temporário, tomadas apenas na iminência do colapso do sistema de saúde, já se mostravam fragmentadas e insuficientes. Mas mesmo estas medidas vêm sendo abandonadas, e, pior, substituídas por propostas absurdas e potencialmente desastrosas como a de retomada de aulas presenciais. Embora a possibilidade de um lockdown nacionalmente unificado que dure o tempo necessário para a efetiva contenção esteja hoje totalmente fora da pauta dos governos e das cogitações dos analistas midiáticos, permanece sendo a única alternativa real, e seria algo objetivamente menos dispendioso do que manter a situação de instabilidade e continuação indefinida da pandemia em patamares de milhares de novos casos diários. Infelizmente, ao contrário, desde o início da pandemia nosso isolamento social vem sendo relaxado e sabotado pelas autoridades federais, com cumplicidade explícita do grande empresariado, produzindo a conjunção trágica entre altas taxas de crescimento das mortes e dos novos casos, em um cenário de baixa testagem e subnotificação generalizada.

Atualmente os Estados Unidos e a América Latina (em especial Brasil, México, Colômbia, Peru, Chile, Argentina, Bolívia, Equador, e diversos países da América Central e Caribe) são os principais centros mundiais da pandemia, seguidos pelo Sul da Ásia (Índia, Filipinas, Bangladesh, Indonésia, Nepal) e Oriente Médio (Iraque, Israel, Irã, Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes) e parte da África (especialmente Marrocos, África do Sul e Etiópia), mas também de forma crescente por vários países da Europa Ocidental que atravessam uma segunda onda, em especial Espanha e França, e também Ucrânia e Romênia.

De outro lado, há um crescente número de países com a situação estabilizada e que se encontram com menos de mil casos ativos, em todos os continentes, como Ásia (Cingapura, Jordânia, Georgia, Hong Kong, Chipre, Iêmem, Vietnã, China, Malásia, Sri Lanka, Tailândia, Butão, Mongóliae Taiwan,), África (Costa do Marfim, Madagascar, Reunião, Guiné, Eswatini, Zâmbia, Gana, Camarões, Cabo Verde, Lesotho, Guiné Equatorial, Mali, Benin, Somália, Congo, Serra Leoa, Togo, Mayotte, Mauritânia, Libéria, Tanzânia, Burkina Faso, Burundi, São Tomé e Príncipe, Chad, Eritréia, Niger, Comoros e Maurício), América do Sul (Suriname, Guiana Francesa, Guiana, Uruguai), América Central e Caribe (Belize, Cuba, Martinica, Turks and Caicos, Sint Maarten, Saint Martin, Curaçau, Ilhas Virgens Britânicas, Barbados, e Caribe Holandês), Europa (Luxemburgo, Finlândia, Eslovênia, Sérvia, Malta, Bielorrússia, Letônia, Estônia, Andorra, Ilhas Faroe, Islândia, Mônaco, Gibraltar e San Marino) e Oceania (Polinésia Francesa, Papua Nova Guiné e Nova Zelândia e). São países de distintas situações econômicas e sociais, mas que vêm tendo êxito na contenção da pandemia. 

Alguns países e territórios tem situação ainda melhor, com menos de dez casos ativos, incluindo países populosos como Camboja (17 milhões de habitantes), Laos (7,3 milhões de habitantes), e Mongólia (3,3 milhões de habitantes), e também Comoros, Seichelles, Lieschtenstein, Ilha de Man, Bermuda, St. Barth, Caribe Holandês, Granadinas, Fiji, Timor Leste, Brunei, Ilhas Cayman, Saara Ocidental, Saint Pierre Miquelon, Santa Lúcia e Dominica. Além disso, em diferentes continentes existem países ou territórios que já não tem nenhum caso ativo: dentre 213 países e territórios considerados no wordometers, 11 estão nesta situação: Djibouti, Macao, Antigua e Barbuda, Nova Caledônia, Granada, Groenlândia, St. Kittis e Nevis, Anguilla, Montserrat, Malvinas e Vaticano. 

Índices radicalmente diferentes mostram que a situação de cada país é resultado direto das políticas governamentais colocadas em prática em cada um. E não se trata apenas de países com população reduzida: 25 entre os 90 países com mais de dez milhões de habitantes tem menos de 1.000 casos ativos, incluindo-se o país mais populoso do mundo. Portanto, uma vez mais, a contenção é possível, desde que seja almejada pelas autoridades e se tome medidas necessárias para tal.

NOTAS

1 – https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/September/02/18h-Boletim-epidemiologico-COVID-29-final.pdf, p. 46

2 – https://www.saude.gov.br/images/pdf/2020/September/02/18h-Boletim-epidemiologico-COVID-29-final.pdf, p. 31.

3 – Os números são ligeiramente distintos dos do wordometers reunidos no quadro porque o endcoronavirus atualiza os dados a cada 6 horas. https://www.endcoronavirus.org/green-zone-rankings#countries