Entregadores de diversos estados irão para Brasília no dia 15 de setembro para reivindicar melhores condições de trabalho para a categoria e pressionar os parlamentares pela aprovação do PL 1665/2020. A mobilização já conta com representantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Sergipe, Acre, Bahia, Maranhão, Rondônia, Roraima e Distrito Federal.
A realização inédita de um encontro nacional presencial de trabalhadores de aplicativos representa mais um importante passo na luta por melhorias concretas a estes trabalhadores que desempenham um serviço essencial para toda a sociedade em tempos de pandemia.
A condição de trabalho dos entregadores na pandemi
“Já estávamos largados antes da pandemia, quando a pandemia chegou piorou a situação. Pra você ter uma renda mais ou menos, você precisa trabalhar de 12, 13 até 15 horas em cima de uma moto. (…) Eu saio de casa 10h e só volto 23h, meia noite, todo dia. Minha esposa tá grávida em casa de 8 meses, tenho um filho de doze anos. E aí como é que fica? (…) A gente só quer que a gente seja enxergado, valorizado, a gente só quer o nosso direito, nada demais.”
Douglas ‘Mumuzinho’ é trabalhador de aplicativos em Niterói. Dias depois do depoimento acima, feito no breque dos APPs em 01.07, Mumu se acidentou em trabalho e quebrou a bacia. Infelizmente, é um caso de muitos.
Segundo o levantamento publicado na Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano em junho deste ano sobre a condição de trabalho dos entregadores na pandemia, 58,9% dos entregadores tiveram queda em sua remuneração; 62% trabalham mais de 9 horas por dia; 70,5% trabalham para duas ou mais plataformas (iFood, uberEats, Rappi, Loggi etc). A pesquisa aponta para o rebaixamento do salário por parte das plataformas desde o início da pandemia.
Em paralelo, dados do governo de São Paulo apontam um aumento da quantidade de mortes de motoboys neste período comparado ao ano passado, algo sentido cotidianamente. No dia de ontem (27), morreu em Curitiba o motoboy e entregador Samuel em acidente de trabalho. Cerca de 300 motoboys saíram hoje nas ruas de Curitiba em protesto.
Apesar desta categoria ter cumprido uma atividade essencial contra a disseminação do coronavírus, e dos importantes protestos realizados no #BrequedosAPPs, estes trabalhadores tiveram aumento da jornada no período da pandemia, com menor remuneração e nenhuma das reivindicações mínimas foi atendida.
As reivindicações do #BrequePorDireitos
As principais reivindicações dos entregadores são, assim como nas paralisações nacionais anteriores:
O que defende o PL1665/2020
a) Garantia de seguro contra acidentes ou por doença contagiosa com assistência financeira;
b) Fornecimento máscaras, álcool-gel, luva para proteção individual, acesso a água potável e alimentação;
c) Que os estabelecimentos que utilizam serviço de entrega por aplicativos permitam a utilização das instalações sanitárias; entre outras.
A solidariedade da classe trabalhadora faz a diferença! Saiba como apoiar
Para ajudar a luta dos entregadores:
Faça sua doação: https://www.brequepordireitos.org.br/
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