No sábado, 15 de agosto, aconteceu o Encontro Sindical e Popular do PSOL. Foram mais de 450 inscritos e participação efetiva de mais de 350 militantes sindicais e populares de nosso partido de 22 estados e do DF. Mais de 5 horas em plenária virtual, de um rico debate sobre a conjuntura atual e os desafios de nossa classe.
O encontro contou com a saudação do presidente do PSOL Juliano Medeiros e da líder da bancada no congresso, a deputada gaúcha Fernanda Mechiona. Em seguida a professora da UFF Virgínia Fontes fez uma excelente palestra sobre o mundo do trabalho, os ataques neoliberais aos direitos de nossa classe, os novos contratos precários de trabalho e a necessária organização para nossa luta.
Expressando a vitalidade do encontro a primeira fala foi do dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Correio de Santa Catarina, Gilson Vieira apresentando os motivos da Greve Nacional da categoria, que se inicia nesse dia 17 de agosto contra a retirada de direitos e contra a privatização da estatal, greve que tem total apoio do PSOL.
Num segundo momento, foi apresentado um documento político com uma análise de conjuntura, plano de ação e constituição da comissão pró-setorial sindical e popular do PSOL, que inicia suas atividades imediatamente, e que deve ser formalizado em 2021, quando esperamos poder nos reunir presencialmente. Esse documento foi construído por 12 correntes que atuam no PSOL e aprovado por unanimidade no Encontro. Apresentaram o documento Neida Oliveira (Construção Socialista), Moacir Lopes (LRP), Kleber (Travessia), Joeferson (LSR), João Zafalão (RESISTÊNCIA), Índio (Fortalecer), Silvia Letícia (LS), Natasha (Insurgência) Moacyr Américo (TLS), Matheus Lima (Primavera Socialista), Tarzia (Comuna) e Danilo Serafim (MES).
Na sua apresentação, o diretor da APEOESP João Zafalão em nome da RESISTÊNCIA, corrente interna do PSOL, disse “Estamos diante do maior desafio de nossa geração. Temos que enfrentar a crise econômica, política, social e de saúde sob um governo de extrema direita e de ampla unidade da classe dominante para atacar nossos direitos e precarizar nosso trabalho. Apesar das adversidades os trabalhadores lutam em todo o mundo. Vimos o levante antirracista nos EUA que se alastrou pela Europa, a luta diária dos trabalhadores da Saúde por condições de trabalho e defesa do SUS, a manifestações por democracia, impulsionada pelas torcidas antifas, o breque dos APPs, a greve dos metroviários de São Paulo, a greve dos trabalhadores do correio, os trabalhadores em educação organizando a Greve pela Vida contra o retorno das aulas presenciais em meio a pandemia, o calendário de luta dos servidores federais aprovado recentemente contra a reforma administrativa, e a resistência popular contra os despejos, verdadeiros atos de covardia dos governos. E esse Encontro Sindical e Popular do PSOL é um espaço para agregar, para unir a esquerda socialista e combater a dispersão, não para disputar eleições sindicais, mas sim para reagrupar nossa classe para enfrentar os ataques e defender a vida”
A força do encontro pode ser observada nos blocos seguintes, quando puderam intervir trabalhadores em educação de vários estados que foram unânimes em dizer que “… apoiamos a greve dos trabalhadores em educação do Amazonas, e vamos fazer Greve pela Vida em cada estado e município que insistirem em retornar as aulas presenciais sem garantias de segurança”, expresso nas palavras da professora Sirlene Maciel, da secretaria executiva nacional da CSP-Conlutas. Em seguida falaram os servidores federais e trabalhadores em estatais que apresentaram o calendário de luta do FONASEFE que “organiza uma campanha nacional contra a reforma administrativa em defesa dos servidores e do serviço público, que é direito dos trabalhadores”, como disse Thaíze Antunes, dirigente da FENASPS e do sindicato dos Previdenciários de São Paulo.
Houve ainda dois setores que expressaram lutas importantes da nossa classe no último período. Fábio Melo, da direção do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, afirmou “que aqui não cabe mais sermos corporativos, temos que organizar e unir toda classe trabalhadora, como terceirizados, precarizados e desempregados”. O setor de transporte reafirmou “a necessidade de unidade para impulsionar nossas lutas, e a greve dos metroviários de São Paulo apontou que é possível lutar e resistir apesar das adversidades” como disse a Coordenadora do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa. Também teve expressão no encontro o movimento popular com a participação do MTST, FNL e outros movimentos e vale destaque a participação dos policiais antifascistas.
Saímos desse encontro com energia redobrada para seguir a luta, apoiar cada movimento que se mobilize, lutar pela unificação de cada mobilização e com a certeza de que não caminhamos sós.
No plano de ação foi aprovado a campanha:
“Em defesa da vida e do SUS; pela vida – contra a volta às aulas presenciais; apoio a greve dos correios; em defesa dos serviços públicos – contra a reforma administrativa, o tele-trabalho e as privatizações; manutenção e ampliação do Auxílio Emergencial; socorro a micro e pequenos negócios; taxação das grandes fortunas; pela reforma urbana e agrária; contra a liberação indiscriminadas dos agrotóxicos; pelo fim do desmatamento; pela demarcação das terras indígenas e quilombolas; Fora Bolsonaro!
3.2 Solidariedade às famílias enlutadas e aos trabalhadores da saúde. Faixa na frente e todos com bandeiras do PSOL; Solidariedade aos despejados em Minas
3.3 Reunião desta Pró-Setorial com a Bancada Parlamentar do PSOL para tratar das pautas dos trabalhadores.
3.3 Reprodução destas reuniões nos Estados e municípios;
3.4 Participar das diversas iniciativas de mobilizações propostas pelo movimento em geral.
3.5 Calendário: 7 de Setembro – Gritos dos Excluídos
As atividades presenciais devem ser realizadas respeitando o distanciamento e as medidas sanitárias para garantir a saúde de todos os participantes.”
Comentários