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BRASIL

Contra a pedagogia da violência do novo ministro da Educação, a pedagogia da esperança

O novo ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro , defendeu educar crianças “com dor”. Em palestra de 2016, em uma igreja presbiteriana, ele afirmou que “a vara da disciplina não pode ser abandonada da nossa casa”, que deve ter “rigor, severidade” e que as crianças “devem sentir dor”. Diz que apenas uma pequena parte das crianças “superdotadas” não precisariam passar por isso. Leia o texto de um professor contra o atraso e os retrocessos no MEC e no País.

Diogo de Oliveira, de Niterói, RJ
Reprodução

Em palestra religiosa, ministro defendeu violência contra as crianças

“Em um Brasil que convive com sistemática e profunda violência de gênero, feminicida, e étnico-racial, estruturalmente genocida, o governo neofascista nomeia novo “ministro da educação” que defende a “educação pela dor”. Não é novidade que a sociedade brasileira conviva com a “educação pela dor”, uma sociedade fraturada em classes, herdeira de 388 anos de escravização negra e genocídio indígena (institucionalizados), arraigadamente heteropatriarcal.

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Nós, que somos educadores e educadoras da escola pública, conhecemos a “educação pela dor” que mata crianças e jovens ou que devasta suas vidas, psicologicamente em especial. Na escola é o que vemos e conhecemos, essa “educação pela dor” que está aí no mundo: meninas, crianças ou jovens, violentadas, não pelo “estuprador nas sombras” que vemos nos filmes, mas pelos homens de suas “famílias” (tradicionais?); meninos, crianças ou jovens, que morrem todos os dias, ou vivem a violência lhes matar como humanos em vida, pela “guerra às drogas”. É na escola que vemos a “educação pela dor”… Da fome, do abandono, da negligência!

Diante da violência contra nossas crianças e jovens, respondamos com a esperança das flores… E a firmeza das pedras!”

E é nas escolas, que o ministro-pastor quer “exorcizar” da “ideologia de gênero”, que estas crianças e jovens muitas das vezes têm a única chance de conhecer a visibilidade, a atenção, o cuidado, o amparo. É essa pedagogia dos afetos que eles chamam de “ideologia de gênero” ou “escola partidarizada” e querem ver extirpada da escola para imporem sua “educação pela dor” institucionalizada.

A guerra cultural dos bolsonaristas segue firme e forte, avançando nos seus ideários mais… Violentos! Do elogio da morte à pedagogia da violência, nós, educadores/as, devemos responder com o elogio da vida e a pedagogia do amor. Ao ideal do professor-policial do ministro-pastor, que façamos o contraponto como professor-povo. Diante da violência contra nossas crianças e jovens, respondamos com a esperança das flores… E a firmeza das pedras!”