No início dessa semana, os metroviários de SP receberam com indignação a informação que confirmava o corte nas folhas de pagamento, a partir da redução de uma série de benefícios, imposto sem negociação pela direção do Metrô. Imediatamente, o sindicato dos metroviários entrou com um pedido de mediação na Justiça do Trabalho para impedir os cortes de salários e ataques aos direitos. Além disso, uma assembleia foi marcada para esta terça-feira, 30 de junho, às 20h, para definir se a categoria entrará em greve a partir de amanhã, 1 de julho.
Essa categoria seguiu trabalhando durante toda a quarentena, garantindo a circulação de quem precisava sair de casa para trabalhar, das enfermeiras e demais profissionais de saúde que precisavam ir aos hospitais para salvar vidas.
A greve que pode começar amanhã não é uma greve por salário, mas uma greve pela dignidade dos metroviários e metroviárias que estão sendo desrespeitados pelo Governo do Estado. Uma greve pela manutenção dos direitos daqueles que seguiram trabalhando durante a pandemia.
Eles vêm arriscando sua vidas nos últimos meses, sem uma política efetiva de EPI’s para os trabalhadores por parte do governo do Estado e da empresa. Já são mais de 300 trabalhadores afastados devido a contaminação por COVID-19 e, infelizmente, no último mês, a categoria perdeu o primeiro colega vítima da doença, Armando Ramos Norberto, o Armandinho.
Essa ofensiva do Governo do Estado contra os metroviários é parte do projeto político de redução dos gastos públicos e privatização dos serviços e deve se estender a todo o serviço público se tiver sucesso em sua implementação no Metrô. Se antes essa politica já era maléfica, com a pandemia ela se tornou inadmissível.
Desde a semana passada, quando recebeu a informação sobre o corte dos benefícios a diretoria do sindicato começou um processo de mobilização intenso na base com a distribuição de coletes e uma campanha pela internet com a #EuApoioOsMetroviarios para denunciar para a sociedade paulistana a covardia do Governo do Estado.
A assembleia que decidiu pelo indicativo de greve caso o corte se confirmasse contou com a participação de mais de 2.500 metroviários, com mais de 90% apoiando o indicativo. Em todas as estações também é possível ver vários trabalhadores usando o colete, marcando o clima de mobilização.
*coordenadora-geral do Sindicato dos Metroviários de SP.
Comentários