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BRASIL

Prefeitura de Campinas paralisa coleta seletiva e catadores de recicláveis estão sem renda desde março

Ana Ribeiro e Ana Carolina Haddad
Reprodução

Trabalhadores das 12 cooperativas de reciclagem de Campinas estão sem renda alguma desde a metade de março deste ano, quando a vigilância sanitária suspendeu as atividades de reciclagem por alto risco de contágio do novo Coronavírus. A prefeitura sinalizou que disponibilizaria um auxílio emergencial de 500 reais, mas a proposta não foi aprovada, e esse dinheiro nunca chegou.

Lembramos que a maioria dos trabalhadores nesse segmento é de mulheres negras e muitas vezes mães, ou seja, a camada social mais afetadas pela estrutura capitalista, patriarcal e racista.

Essas trabalhadoras e seus familiares se encontram em situação de abandono da Prefeitura de Campinas. Como a cooperada Neneca diz: “catadores de materiais recicláveis não fazem apenas um serviço ambiental, mas também social”.

São cerca de 250 famílias que estão sobrevivendo com as cestas básicas que recebem por doação. Mesmo assim, o auxílio é insuficiente: muitos cooperados e seus familiares correm o risco de serem despejados por não terem como pagar as contas, como água, luz, aluguel e INSS.

Das 8 mil toneladas de resíduos recicláveis coletadas por mês, Campinas recicla apenas 472 toneladas (cerca de 6%), através do trabalho das cooperativas e ecopontos. Agora, com a pandemia de Covid-19, todo este “lixo” está indo para aterros sanitários.

Desde a paralisação, as cooperativas não receberam mais resíduos para triagem e venda. Os materiais que estão no local estão parados, e muitas cooperativas têm sofrido com invasões e danos na estrutura física dos galpões, além de moradores locais despejarem entulhos em frente às cooperativas.

A reivindicação da categoria é que Prefeitura de Campinas dê suporte sanitário às cooperativas para que os trabalhos sejam retomados com medidas de prevenção à disseminação do vírus; que ela pague as despesas das cooperativas e dos cooperados que ficaram em débito no período de suspensão das atividades; e pela imediata contratação das cooperativas pelo poder público.

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