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BRASIL

Protesto exige lockdown em Sergipe

Demétrio Varjão*, de Aracaju, SE

Na manhã desta segunda (22), dezenas de ativistas de movimentos sociais, movimento negro, mulheres, sindicatos, estudantes, partidos de esquerda, Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, realizaram protesto na sede do Governo de Sergipe, cobrando lockdown e a interrupção da flexibilização do isolamento social e do plano de retomada da economia anunciado pelo governador Belivaldo Chagas (PSD) na semana anterior.

Os manifestantes protestaram com um banho de sangue ilustrativo na porta do Palácio dos Despachos. O objetivo foi denunciar os últimos decretos do governo estadual diante da pandemia de covid-19, que sinalizaram um “liberou geral” para o comércio e demais setores da economia, levando o Estado ao terceiro pior índice de isolamento social do país, atingindo 32,8% na sexta (19).

O plano de retomada da economia estadual demonstrou nitidamente a concordância do Governo Belivaldo com a política de Bolsonaro e com o interesse do grande empresariado, colocar o lucro e a economia em primeiro lugar, desprezando as vidas. Isso fica evidente quando se observa que o governo sequer adotou, tampouco obrigou os setores econômicos a implementar medidas concretas de proteção à saúde das trabalhadoras e trabalhadores no retorno ao trabalho.

O protesto em banho de sangue foi um alerta quanto ao crescimento assustador do número de óbitos. Pela primeira vez o Estado atingiu 132 óbitos por covid-19 em uma única semana. Ativistas ressaltaram que a população mais afetada e morta pela pandemia é a população preta, pobre e periférica. Denunciaram com faixas e cartazes que mesmo em situação de pandemia, a polícia continua atuando com um modus operandi racista, com ações criminosas de extermínio contra jovens negros.

As atenções em Sergipe continuam voltadas para o Palácio dos Despachos. Será o governo capaz de ignorar as mortes e avançar no plano genocida de reabertura da economia?

 

*Advogado, militante do AFRONTE e do PSOL

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