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BRASIL

No Rio de Janeiro, centenas protestaram contra a violência racista e em defesa da vida

Ivan Dias, do Rio de Janeiro, RJ
Ana Luisa

Neste domingo, (07/06) no Rio de Janeiro, centenas de pessoas, em sua maioria jovens negros, saíram às ruas do Centro da cidade para exigir o fim da violência racista que segue assassinando milhares nas favelas e periferias. Pelo segundo final de semana seguido, organizado por coletivos negros e de favelas, o ato “Vidas Negras Importam” denunciou uma política de segurança pública exterminista sustentada pelo governo de Wilson Witzel que não dá trégua mesmo em meio à pandemia que assola o planeta.

Ao contrário, o governador, acossado por escândalos de corrupção, tem sustentado uma escalada de letalidade policial, elevando a um patamar nunca antes registrado, segundo os índices do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, o ato também se somou aos atos de todo o país que repudiaram a escalada golpista da extrema direita no poder, cuja política de morte impede concretamente que largos setores da nossa população possam cumprir o isolamento social.

Partindo do Monumento a Zumbi, o ato percorreu a Avenida Presidente Vargas até a Igreja da Candelária, com palavras de ordem antirracistas, contra a violência policial e por direitos democráticos. Os participantes e organizadores buscaram respeitar as precauções sanitárias necessárias, dotados de máscaras, álcool em gel e mantendo distanciamento entre as pessoas. As organizações e partidos de esquerda se somaram ao ato, que teve a participação no seu começo da família do menino João Pedro, de 14 anos, morto no dia 18 de maio em operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. A reação popular à escalada de letalidade policial teve recentemente uma importante vitória, com a suspensão durante a pandemia, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, das operações policiais nas favelas.

Embora seguido de perto por um enorme aparato policial, que contou, inclusive, com um blindado do Exército, estacionado ao lado do Palácio Duque de Caxias, o ato transcorreu de forma pacífica. Ao associar a urgência da pauta antirracista, a necessidade de resistir às constantes ameaças e ataques aos direitos democráticos promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro e seus aliados, e a falta de uma política consequente de combate ao COVID-19, com garantias sociais para a efetivação das medidas de isolamento, o ato de hoje ocupou um espaço central na vida política do estado e da cidade. No momento em que os mortos pela violência estatal e pela negligência quanto à pandemia se somam dramaticamente, as centenas de ativistas que hoje retomaram as ruas levantaram a bandeira da defesa da vida.

No mesmo dia, também ocorreu um ato em Volta Redonda, no Sul Fluminense.

 

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