A pandemia pela qual passa o mundo está provocando debates renovados sobre a relação destruidora do sistema capitalista com a natureza e os efeitos sobre a vida humana. A própria origem da doença tem sido relacionada ao desmatamento promovido pelo agronegócio e pela criação intensiva de animais em um contexto de acelerada urbanização e industrialização da China desde a restauração capitalista iniciada nos anos 1980. Além disso, a pandemia encontra o mundo envolto nas disputas geopolíticas, em particular da luta pela primazia imperialista entre Estados Unidos e China, o que só parece estar se acentuando desde então, haja vista as acusações mútuas entre ambos os governos quanto à origem da pandemia.
Por outro lado, o ano de 2019 foi marcado por grandes levantes em vários continentes e que ficaram em suspenso pela emergência sanitária, enquanto novos movimentos estão emergindo, com destaque especial para o que ocorre nos EUA contra o racismo estrutural e a brutalidade policial e suas repercussões pelo mundo.
A pandemia também colocou a nu o processo de sucateamento e privatização da saúde, com suas trágicas consequências, aliada à atuação desigual dos diversos governos, um processo que está em pleno desenvolvimento.
E, não menos importante, a pandemia ocorre já em um planeta muito afetado pelas crises climáticas, em particular – mas não somente, pelo aquecimento global e suas consequências.
Para fomentar o debate sobre a relação da pandemia com as várias faces do capitalismo, o Esquerda Online começa a publicar semanalmente um dossiê com textos atuais sobre esse tema, bem como suas diversas ramificações e sobre a crescente crise ambiental e os desafios da humanidade frente a ela, com destaque sobre as diversas elaborações dos ecossocialistas sobre essa disjuntiva civilizacional.
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