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BRASIL

Pelo impeachment popular, é hora de agir!

Gustavo Mascarenhas*, de Salvador, BA

“O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons”
Martin Luther King

Na última quinta-feira, dia 21 de maio, foi protocolado o pedido de impeachment de Jair Bolsonaro, por todos os partidos de esquerda (PSOL, PT, PCdoB, PCB, UP, PSTU e PCO) junto com mais de quatrocentas entidades dos movimentos sociais, estudantis e sindicais. Uma movimentação muito importante, mas não pode ser vista como um fim em si mesmo, pelo contrário, devemos enxergar como início da principal luta política no país.

O AFRONTE, coletivo de juventude de luta anticapitalista, impulsionou a construção desse pedido popular deste o início, coletando cerca de cento e trinta assinaturas de entidades, e fez esforço para enviar o representante da juventude e do movimento estudantil no ato de protocolo do pedido no congresso federal. Ação importante, que marcou o início de um abaixo assinado pela derrubada de Bolsonaro.

Sobram motivos pelo afastamento de presidente, com mais de trinta pedidos protocolados, até por setores de direita golpista, não há mais dúvida sobre o embasamento legal do impeachment, portanto, o desdobramento se dará no campo da luta política, e esse deve ser o centro da agitação de todas as lideranças da esquerda, dos movimentos sociais, estudantis e sindicais. Todas as lutas devem ser hierarquizadas pela defesa da retirada de Bolsonaro do poder.

A frente construída por este pedido tem a urgência de organizar uma coordenação nacional que possa impulsionar amplamente o abaixo assinado, com metas ousadas. Além de coordenar as inúmeras ações de solidariedade que estão sendo feitas pelos movimentos sociais em todo país, criando uma grande rede, sobretudo nas grandes capitais. Este conjunto de organizações, que apresentaram o pedido, tem potencial para dirigir a indignação popular contra o nefasto governo Bolsonaro, para tanto, é preciso disposição e compromisso político.

Assine o pedido: impeachmentpopular.com 

É fundamental a divulgação massiva pra coletar assinaturas. O movimento estudantil, responsável pela maioria das entidades que assinaram o documento, tem a tarefa de fazer com que as maioria dos estudantes assinem o abaixo assinado, assim como as centrais sindicais os trabalhadores organizados e as lideranças populares o conjunto da população. Demonstrar que existem organizações e lideranças comprometidas com a derrubada imediata do governo Bolsonaro, é fundamental para a disposição dos trabalhadores, para acreditar que, além de necessário, é possível.

As vacilações nesse momento custam caro: a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. Não há dúvida que Bolsonaro é corresponsável por cada morte de Covid-19 no Brasil, e que a direita, que hoje faz oposição de forma oportunista, pretende colocar a conta da crise no colo do povo trabalhador. A esquerda e os movimento sociais precisam ser protagonistas da construção do impeachment.

É preciso resgatar a confiança da classe trabalhadora, isso perpassa pela disputa da queda do governo genocida. Não há atalho. Mais da metade da população brasileira defende o afastamento de Bolsonaro, segundo pesquisa da Atlas Políticas, estamos falando de 100 milhões de pessoas que podem assinar o pedido. O grupo da família, do futebol, da turma do curso, da igreja, do condomínio, dos amigos do bar… todos precisam saber que podem, e muito importante, contribuir com a queda desse governo.

 

*Gustavo Mascarenhas é Coordenador Geral do Diretório Central de Estudantes da UNEB.

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