É com perplexidade que nós, servidores do MS/RJ, recebemos a notícia do pedido de demissão do ministro Nelson Teich, segundo titular da pasta afastado durante a maior crise humanitária da nossa geração: Pandemia de covid-19. De outro lado, assistimos a uma verdadeira “Ocupação Militar” em cargos que deveriam ser ocupados pelos técnicos de carreira do Ministério da Saúde (MS) com larga experiência, sendo substituídos por pessoas sem nenhuma experiência ou formação na área.
A acusação de que cargos estão sendo loteados por indicações políticas sem critérios técnicos chega até a ponta da assistência com as indicações para direções dos institutos e hospitais federais do Rio de Janeiro, com resultado desastroso para a população, como no caso do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), onde a direção indicada pelo grupo político do senador Flávio Bolsonaro desmontou vários serviços da unidade, deixando os pacientes sem assistência, muitos dos quais foram levados a óbito.
Tudo isto vem acontecendo no momento em que o número de mortes por covid-19 se aproxima de mil pessoas por dia. Para enfrentar essa dura realidade, são necessárias liderança do órgão máximo da saúde e articulação com estados e municípios para reorientar ações e assim salvar vidas. Ao invés disso, o governo Bolsonaro promove instabilidade, dissemina desinformação e fake news, colocando em risco a vida de milhares de brasileiros.
A ocupação militar do Ministério da Saúde representa mais um degrau na escalada fascista e afronta a Constituição brasileira, especialmente no capítulo que prevê que a saúde é direito de todos e dever do Estado.
Como servidores do Ministério da Saúde que atuam na chamada linha de frente dos atendimentos aos pacientes acometidos por covid-19, exigimos o fim das ingerências políticas no ministério, valorização dos quadros da carreira e dos profissionais, de acordo com as instituições de controle do Sistema Único de Saúde (SUS).
COMANDO DE MOBILIZAÇÃO
DOS SERVIDORES DOS INSTITUTOS
E HOSPITAIS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
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