Com um boneco gigante do presidente, manifestantes fizeram um protesto na manhã desta terça-feira, 12, Dia da Enfermagem, na Torre de TV de Brasília (DF). Servidores federais e da saúde fizeram um ato simbólico e com distanciamento social, em solidariedade às famílias dos quase 12 mil mortos pela covid-19 no Brasil, contra Bolsonaro, por mais investimento na saúde pública e condições de trabalho.
Os ativistas montaram um boneco inflável de 10 metros do presidente da República, para expressar o repúdio ao comportamento de Jair Bolsonaro diante das milhares de mortes no país e contra o seu incentivo ao fim do distanciamento social, na contramão das recomendações da Organização Mundial de Saúde, de cientistas e pesquisadores. O boneco do presidente foi feito com as mãos sujas de sangue.
Os manifestantes exigem mais investimento na área da saúde, fila única dos leitos no SUS e valorização dos profissionais do país. Durante todo o dia de hoje, uma manifestação virtual está sendo feita com a hashtag #lutecomoumaenfermeira e protestos estão ocorrendo em frente a hospitais públicos e privados, exigindo condições de trabalho, como EPIs e testes, e homenageando os que faleceram na luta contra a pandemia. Já ocorreram atos em cidades como Belém, Palmas e nos hospitais da USP e da UFF. Segundo o observatório criado pelo Conselho Federal de Enfermagem, mais de 14 mil profissionais da enfermagem já foram infectados com o vírus e, destes, 108 óbitos foram confirmados. O levantamento não inclui outras categorias que estão na linha de frente, como médicos, assistentes sociais, fisioterapeutas, trabalhadoras da limpeza, etc.
Em Brasília, os manifestantes levaram uma faixa, onde estava escrito a frase do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, “os que lavam as mãos, o fazem numa bacia de sangue”. A frase faz parte da peça “Os fuzis da Senhora Carrar” e foi citada recentemente por Lima Duarte, ao final de seu vídeo de despedida do também ator Flavio Migliaccio.
*Com informações de Jorge Henrique, secretário-geral do SindEnfermeiros-DF
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