Pular para o conteúdo
MUNDO

Sudão do Sul: um leito de UTI a cada 500 mil pessoas

Da redação

A pandemia que assola a humanidade trouxe problemas inéditos, mas também aprofundou problemas já existentes. A histórica desigualdade social presente no continente africano impõe desafios enormes à população da região. O Sudão do Sul, por exemplo, possui1 apenas 4 respiradores e 24 leitos de UTI para uma população de cerca de 12 milhões de pessoas.

Embora o país tenha registrado apenas um caso de coronavirus até o momento, segundo órgãos do governo, a precariedade do atendimento de saúde, agravado pela guerra civil que durou 7 anos, pode provocar mais uma tragédia humanitária, caso a pandemia se alastre pelo país africano.

É sabido que os respiradores e os leitos de UTI são essenciais para o enfrentamento das pessoas contaminadas com a COVID-19 que possuem quadros mais graves, de forma que a ausência dessa infraestrutura mínima resultará em maior número de mortes. Vale lembrar que a Organização Mundial de Saúde recomenda que haja 1 a 3 leitos de UTI para cada 10 mil habitantes, sendo que o Sudão do Sul possui um leito a cada 500 mil pessoas.

A humanidade está sendo desafiada, mas o desafio é muito diferente de pessoa a pessoa, de país a país. Por inúmeros fatores, as pessoas mais pobres e os países mais pobres têm muito mais dificuldade para enfrentar a pandemia. Veja-se, por exemplo, a Alemanha e a França: a Alemanha tem 3,02 leitos a cada 10 mil pessoas e a França tem 1,05 a cada 10 mil habitantes. Só para falar em leitos de UTI, sem mencionar as condições gerais de vida da população como saneamento básico, moradia, infraestrutura, emprego, etc., que são aspectos que interferem indiretamente no combate à pandemia.

Mas não é só isso: é justamente a pobreza no continente africano que garante a riqueza no continente europeu. O Sudão do Sul possui importantes reservas de petróleo, mas a riqueza proveniente desse recurso mineral é concentrada nas mãos de uma minúscula elite local e, sobretudo nas mãos de agentes internacionais. O petróleo do Sudão do Sul é explorado há tempos pela família sueca Lundin2.

São séculos de verdadeiro saque dos recursos naturais e exploração dos povos africanos. Os europeus desde muito tempo disseminam doenças, guerras e conflitos para melhor dominar e lucrar. Para além de caridade, o que os povos africanos precisam é de uma verdadeira independência.

Leia mais:

https://esquerdaonline.com.br/2020/04/14/os-condenados-da-terra-a-pandemia-e-o-continente-africano/

Assista a live:

https://www.youtube.com/watch?v=NCuvMmD-bFk&t=829s