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CULTURA

Em novo trabalho, Banksy homenageia enfermeiras e sistema público de saúde

da redação
Banksy

O artista Banksy acaba de divulgar um novo trabalho, chamado de “Quem Vira o Jogo”, no qual resume a gratidão que os britânicos sentem pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS) durante a crise do coronavírus. A homenagem mostra uma enfermeira britânica como uma heroína para uma criança. Como em todo o mundo, os profissionais da saúde estão na linha de frente do combate ao coronavírus, arriscando suas vidas, muitas vezes sem os EPIs necessários. A ilustração apareceu misteriosamente, uma marca do autor, em um hospital público no Sul da Inglaterra, onde ficará exposta até o fim do isolamento, para ser em seguida leiloada, em benefício do NHS.

O artista britânico Banksy, cuja identidade verdadeira não é conhecida, produz imagens e grafites de forte conteúdo político e de crítica social, em muros de todo o mundo, tendo como alvos principais governantes, policiais e militares. Já tendo produzido grafites em outros países, como Estados Unidos e Palestina.

NHS, “O SUS” DA INGLATERRA

Há pouco mais de uma semana, o NHS, o sistema público de saúde britânico, salvou a vida do primeiro-ministro da Inglaterra, Boris Johnson, que estava com COVID-19. Johnson foi atendido por diversos profissionais de saúde, mas em especial por dois imigrantes. Trata-se de uma ironia do destino, pois a direita britânica, da qual Boris é representante, incentiva o racismo e a xenofobia, culpando o “grande número de imigrantes” pela piora nos serviços públicos, o que ocorreu durante o referendo do Brexit e se repetiu na campanha eleitoral recente, quando Johnson derrotou o trabalhista Jeremy Corbyn, que defendia a ampliação do sistema de saúde público e os imigrantes.

Ao longo das últimas décadas, o neoliberalismo foi responsável por planos de austeridade que cortaram a rede pública de saúde em quase todos os países. Na Inglaterra, sucessivos cortes nos gastos públicos com saúde levaram a Cruz Vermelha a declarar, em 2017, o NHS em “estado de calamidade”. O mesmo ocorre no Brasil, onde os diversos cortes e a Emenda Constitucional 95, também de 2017, levou a uma asfixia da saúde pública e fechamento de leitos. Nos dois países, os profissionais de saúde não são valorizados e não têm condições de trabalho. Quando não são chamados de vagabundos ou agredidas por bolsonaristas.

Que, após a pandemia, os governantes e parlamentares não se esqueçam da saúde pública e dos que hoje entregam suas vidas para salvar a população. Que em vez de austeridade e cortes, o NHS britânico e o SUS brasileiro passem a receber os investimentos necessários para salvar vidas.