1) A avaliação do governo como ruim e péssimo, que tinha se mantido estável entre fevereiro e março (36%), pela primeira vez sofre uma mudança considerável, aumentando para 42%. Os que consideram o governo ótimo e bom, que já tinha oscilado negativamente entre fevereiro e março de 34% para 30%, agora, em abril, cai novamente chegando a 28%.
2) A avaliação de ruim e péssimo de Bolsonaro por região mostra que foi seguido um padrão (queda entre 9 e 10%) com exceção do Sudeste do país, onde a sua queda foi menor (3%). Na região Nordeste, a avaliação de ruim e péssimo saiu de 46% para 56% enquanto a de ótimo e bom foi de 21% para 18%. Na região Sul, a avaliação de ruim e péssimo saiu de 30% para 39% e a de ótimo e bom caiu de 37% para 32%. Na região Norte e na Centro-Oeste, a avaliação de ruim e péssimo foi de 30% para 39% enquanto a de ótimo e bom caiu de 38% para 34%. No Sudeste, a avaliação de ruim e péssimo foi de 33% para 36% enquanto a avaliação de ótimo e bom subiu de 30% para 31%.
3) Sobre a percepção da população em relação ao enfrentamento ao Coronavírus, o ministro Mandetta tem avaliação positiva de 68% e os governadores de 59% enquanto Bolsonaro possui 29% de avaliação positiva e 44% de ruim e péssima.
4) A pesquisa indica a dinâmica de queda de Bolsonaro causada pela sua resposta ao principal tema nacional: a crise do coronavírus. O discurso negacionista da pandemia ao tratar o tema como uma “gripezinha” e de negar o isolamento social entrou em choque com a percepção da população que defende majoritariamente o isolamento social e agora tem medo da Covid-19, como mostra a pesquisa da XP. O resultado é a queda da avaliação do governo em todas as classes sociais.
5) A região Nordeste segue sendo o núcleo central da oposição ao governo Bolsonaro. No entanto, é perceptível o crescimento do desgaste em todas as regiões do país com a variação negativa de 9 a 10% nas regiões Norte , Centro-Oeste e Sul. Pela pesquisa o desgaste aconteceu, mas foi menor no Sudeste.
6) A crise é capitalizada neste primeiro momento pelos governadores e por um núcleo do próprio governo (Mandetta).
7) Bolsonaro ensaiou um recuo parcial no seu último pronunciamento de TV, mas as declarações nas saídas do Palácio da Alvorada e a entrevista da rádio Jovem Pan indicam que o neofascista seguirá com a linha negacionista, contra o isolamento social e em choque com uma ala do próprio governo.
8) É errada qualquer avaliação precipitada que o presidente “derreteu”. Bolsonaro não é Temer, que tinha entre 6 e 10% de popularidade, ainda mantém 28% de ótimo e bom e possui influência de massas. É equivocado também não observar que a dinâmica atual é de queda da popularidade antes mesmo de chegarmos perto do pico da crise do coronavírus.
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