Oito notas sobre a nova pesquisa da XP sobre política nacional e coronavírus


Publicado em: 3 de abril de 2020

Brasil

Rodrigo Claudio "Bocão", de São Paulo, SP

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Brasil

Rodrigo Claudio "Bocão", de São Paulo, SP

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Compartilhe:

Ouça agora a Notícia:

1) A avaliação do governo como ruim e péssimo, que tinha se mantido estável entre fevereiro e março (36%), pela primeira vez sofre uma mudança considerável, aumentando para 42%. Os que consideram o governo ótimo e bom, que já tinha oscilado negativamente entre fevereiro e março de 34% para 30%, agora, em abril, cai novamente chegando a 28%.

2) A avaliação de ruim e péssimo de Bolsonaro por região mostra que foi seguido um padrão (queda entre 9 e 10%) com exceção do Sudeste do país, onde a sua queda foi menor (3%). Na região Nordeste, a avaliação de ruim e péssimo saiu de 46% para 56% enquanto a de ótimo e bom foi de 21% para 18%. Na região Sul, a avaliação de ruim e péssimo saiu de 30% para 39% e a de ótimo e bom caiu de 37% para 32%. Na região Norte e na Centro-Oeste, a avaliação de ruim e péssimo foi de 30% para 39% enquanto a de ótimo e bom caiu de 38% para 34%. No Sudeste, a avaliação de ruim e péssimo foi de 33% para 36% enquanto a avaliação de ótimo e bom subiu de 30% para 31%.

3) Sobre a percepção da população em relação ao enfrentamento ao Coronavírus, o ministro Mandetta tem avaliação positiva de 68% e os governadores de 59% enquanto Bolsonaro possui 29% de avaliação positiva e 44% de ruim e péssima.

4) A pesquisa indica a dinâmica de queda de Bolsonaro causada pela sua resposta ao principal tema nacional: a crise do coronavírus. O discurso negacionista da pandemia ao tratar o tema como uma “gripezinha” e de negar o isolamento social entrou em choque com a percepção da população que defende majoritariamente o isolamento social e agora tem medo da Covid-19, como mostra a pesquisa da XP. O resultado é a queda da avaliação do governo em todas as classes sociais.

5) A região Nordeste segue sendo o núcleo central da oposição ao governo Bolsonaro. No entanto, é perceptível o crescimento do desgaste em todas as regiões do país com a variação negativa de 9 a 10% nas regiões Norte , Centro-Oeste e Sul. Pela pesquisa o desgaste aconteceu, mas foi menor no Sudeste.

6) A crise é capitalizada neste primeiro momento pelos governadores e por um núcleo do próprio governo (Mandetta).

7) Bolsonaro ensaiou um recuo parcial no seu último pronunciamento de TV, mas as declarações nas saídas do Palácio da Alvorada e a entrevista da rádio Jovem Pan indicam que o neofascista seguirá com a linha negacionista, contra o isolamento social e em choque com uma ala do próprio governo.

8) É errada qualquer avaliação precipitada que o presidente “derreteu”. Bolsonaro não é Temer, que tinha entre 6 e 10% de popularidade, ainda mantém 28% de ótimo e bom e possui influência de massas. É equivocado também não observar que a dinâmica atual é de queda da popularidade antes mesmo de chegarmos perto do pico da crise do coronavírus.

Veja a íntegra da pesquisa


Contribua com a Esquerda Online

Faça a sua contribuição