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BRASIL

Metroviário de SP pega coronavírus. Coletivo Chega de Sufoco cobra redução do fluxo e quarentena solidária

Leia abaixo o manifesto do coletivo Chega de Sufoco, dos metroviários e metroviárias de SP

da redação

Nesta quinta-feira, 19, o metrô de São Paulo confirmou o primeiro caso de coronavírus entre os metroviários. A informação foi divulgada pelo portal Brasil de Fato. O funcionário está afastado e em casa, em isolamento. Segundo o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, outros seis trabalhadores estão com suspeita de contaminação por coronavírus.

O metrô de São Paulo segue com grande lotação, por conta da quantidade de empresas que seguem funcionando e que não tem garantido o direito de quarentena. A aglomeração das pessoas nos vagões e estações facilita o contágio, em um momento em que o país precisa de isolamento e quarentena. Outros metrôs do mundo, como o de Londres, diante da crise sanitária, com a redução dos usuários, estão fechando estações e reduzindo o total de funcionários. Nesta quinta, 18, antes da confirmação do caso, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo realizou uma coletiva, transmitida pela internet.

 

Leia abaixo o manifesto do coletivo Chega de Sufoco, formado por metroviários e metroviárias de São Paulo

 

Coronavírus: A propagação no Brasil é mais acelerada que na Itália. São necessárias ações que preparem a Quarentena Solidária

Redução geral do fluxo de pessoas, com a imediata paralisação da produção, comércio e serviços. Mantendo somente as atividades essenciais e inadiáveis.

As medidas adotadas pelos governos e patrões são de uma irresponsabilidade enorme. Esta evidente que não evitarão o colapso no atendimento nas UTIs dos hospitais. É preciso parar fábricas, bancos, comércios e serviços agora. Só os serviços essenciais e inadiáveis devem continuar funcionando. Garantindo a estabilidade no emprego e todos os direitos da classe trabalhadora.

O Metrô é um dos principais indutores de comportamento social.

Os PA’s, avisos sonoros nos trens e estações, já deveriam estar orientando os usuários sobre higiene e a reduzir o fluxo, explicando que os idosos são grupos de maior risco, mas que o combate à propagação do coronavírus exige a participação de todos.

Conjuntamente, o Metrô deve tomar medidas sincronizadas com as demais medidas sociais que reduzem o fluxo de usuário no sistema , tais como: fechamento das escolas, e orientação de home office e deve tomar medidas urgentes de contenção de fluxo, tais como: redução de acessos, de escadas rolantes e de bloqueios (o que também facilita higienização). Deve também reduzir conscientemente o número de trens, concomitantemente a redução de fluxo de usuários, permitido assim que os trens possam passar por higeinização constante e que se reduza o número de operadores/as (aqueles e aquelas fragilizados/as).

Teste, teste, teste

Esta é o ordem da OMS. É um absurdo o governo Doria, falar que tem um mundo ideal e um real, e no mundo real não tem teste pra todos, por isso só estão testando os internados. Esta é a receita pra morrer muita gente.

O mundo real é que deve-se investir pesado na produção de testes (para ontem), o mundo real é que já se deveria ter acabado com a PEC 95, do teto dos gastos, para se investir pesado na FIOCRUZ e no instituto Butantã. Não fazer isso está sendo um crime de responsabilidade. Apelar para uma “realidade” de falta de insumo, construída pela política do próprio governo, é um crime.
Investimento em testes já!

Fortalecimento do SUS

Com investimento pesado em pessoal e infraestrutura de UTI e leitos. Juntamente com a centralização da rede privada pelo SUS. Os exemplos pelo mundo já bastam para demostrar que serão necessários muitos leitos com oxigênio.

Além de investimento num conjunto de ações coordenadas entre municípios, Estado e governo federal, que exigem o fortalecimento dos Conselhos Nacionais.

É preciso solidariedade

Esta é a principal questão. Precisou um vírus irracional pra mostrar a irracionalidade do neoliberalismo, do ataque ao serviço público, da lógica do lucro antes da vida.

Tivemos Mariana e Brumadinho, temos o clima gritando contra o capitalismo, e a resposta foi mais e mais ataques aos serviços públicos e às necessidades do povo. Agora todos dependem de todos, não tem saída. Não adianta pensar somente em si, e em nossa família, não basta, este raciocínio será um desastre. Não adianta correr ao supermercado e comprar tudo pra si e esquecer do próximo. O vírus irracional nos ensina, nosso futuro está na solidariedade entre nós.

Investimento pesado na produção e distribuição gratuita de álcool gel, sabão, EPIs e saneamento básico

Está muito claro que pra atrasar o ritmo de contaminação são necessários: higiene geral e saneamento básico, testes generalizados, leitos em UTI e isolamento social.

Não é aceitável que tenha empresa querendo lucrar com esta crise, estas devem ser nacionalizadas, para produzir insumos para ampla distribuição.

Não é aceitável, exigir higiene e não ter água em muitas regiões. Ampla distribuição de água, sabão e cesta básica para área carentes.

Rumo a Quarentena Solidária

O quadro de evolução de propagação do coronavírus no pais, demostra o atraso mortal dos governos em preparar a proibição de fluxo desnecessários e a quarentena organizada.

Agora são urgentes medidas que garantam a sobrevivência das periferias, do povo pobre e dos trabalhadores precarizados e uberizados, em caso de quarentena. Sem essas medidas teremos um caos social, caldo de cultura para saídas de força.

Vislumbrando este cenário são setores que deram o golpe em 2016, que propõe impedimento de Bolsonaro e a subida de Mourão e do exército, como Janaína Pascoal.

*Para combater o coronavírus, precisamos derrotar Bolsonaro, mas junto com ele derrotar a política econômica de Paulo Guedes.* Impedir Bolsonaro não pode significar um fortalecimento dos militares no governo e uma quarentena militarizada.

#EleNão
#DefesaDaVida
#DitaduraNuncaMais

Coletivo Chega de Sufoco – Metroviárias e Metroviários de SP