Nós vivemos um momento dramático no mundo todo, é verdade. O drama brasileiro, no entanto, tem acento agudo por que o país é dirigido por um fanático, mentiroso compulsório e capacho dos interesses financeiros do estrangeiro. Um homem e um governo incapazes de liderar a nação em uma crise como essa.
Foi a própria sociedade brasileira que, sozinha, foi tomando dimensão do que nos esperava e começou a se organizar. A luta pela quarentena, pelo isolamento social, única medida comprovadamente eficaz para impedir o colapso do sistema de saúde dos países atingidos pela pandemia, foi feita contra a indicação do presidente da república.
A primeira instituição brasileira a reconhecer abertamente o tamanho do problema foi, pasmem, uma universidade pública, um centro de excelência científica, a Unicamp. Isso empurrou dezenas de outros centros educacionais a fazer o mesmo e, por fim, vários governadores no país. Foi na USP, que duas mulheres cientistas sequenciaram o genoma do vírus em 48 horas. É na UFBA, que cientistas estão decifrando as mutações do vírus no Brasil.
Em uma guerra, todo exército conta com a sua heróica vanguarda. Nesse caso, quem cumpre esse papel é uma parte de nossa classe: os profissionais de saúde. Que contam claro, com nossos médicos. Mas contam, como maioria absoluta, com nossas enfermeiras e enfermeiros. Contam, com centenas de milhares de trabalhadoras e trabalhadores que cuidam da limpeza dos hospitais, do transporte público, do recolhimento de lixo da cidade. Não podemos aceitar que essas heroínas e heróis permaneçam invisibilizados e um trabalho tão necessário permaneça tão desvalorizado. Serão eles também, assim como em todo o resto do mundo, que estarão mais vulneráveis a contrair o vírus.
Paulo Guedes, embaixador de Wall Street no Brasil, chantageia e mente para toda a nação com medidas de entrega do patrimônio público do brasileiro, que magicamente iriam nos ajudar nessa travessia. Guedes tem a proposta disparatada de vender a Eletrobrás no meio do crash de Bolsas de valores do mundo todo. Ele só pode, por consequência, estar mais preocupado com os interesses do comprador do que do vendedor. Olho nele.
Sérgio Moro, que também representa “os americanos”, nas palavras de seu parceiro Dallagnol, claro, apresenta medidas repressivas contra, pasmem, a população e a sociedade civil, que muito antes dele, já tinha tomado consciência do desafio que se avizinhava. Militarizar a quarentena serve aos interesses de Moro, mas não ajuda em nada a conter o Corona Vírus. Não podemos aceitar.
Em Belo Horizonte e Minas Gerais, Romeu Zema, continua se fingindo de morto. A medida mais efetiva que fez no combate ao Corona foi testar negativo para o mesmo. Ou seja, sua única vantagem em relação ao Presidente é não ser ele próprio um vetor de ampliação do contágio da população. O Prefeito Kalil, que corretamente cancelou as aulas da rede municipal, ainda não garantiu a necessária entrega de cestas básicas as crianças e jovens que ficarão em casa, coisa já garantida pela prefeitura de Salvador, por exemplo.
A UFMG por sua vez, não sem antes precisar ser pressionada pelo movimento social da universidade, toma a dianteiro do estado de Minas Gerais e institui um Comitê Permanente de Acompanhamento das Ações de Prevenção e Enfrentamento do Novo Corona Vírus, que se reunirá todos os dias para analisar os dados da epidemia, acompanhar as ações desenvolvidas nas unidades e partilhar informações sobre casos suspeitos em monitoramento.
Mesmo nos países em que os chefes de Estado compreendem a gravidade da situação e não querem apresentar números de milhões de mortos daqui a poucos meses, a resolução de uma crise como essa depende, sempre, da classe trabalhadora. Mas o drama brasileiro é que está nítido que para vencer o Corona Vírus é necessário combater o presidente e sua Entourage fascista.
É necessário parar tudo que não for essencial. É necessário dar toda proteção a aquelas e aqueles que não poderão parar. Nos próximos dias, só há uma palavra de ordem possível: todo poder ao SUS! A sociedade brasileira pode sobreviver á essa crise, mas tem de saber que só conta consigo mesma.
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