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BRASIL

Solidariedade a Alessandra Korap Munduruku e a todo o povo lutador de Alter do Chão e Santarém

Gleice de Oliveira, direto de Manaus, AM
Mídia Ninja/MNI

Alessandra Korap Munduruku

Santarém e Alter do Chão, no Pará, estão vivendo verdadeiro clima de terror com ameaças, prisões arbitrárias e agora, também, a invasão de casas de lideranças indígenas. Na semana passada, quatro brigadistas voluntários que atuam contra incêndios na região foram presos arbitrariamente e sob falsas acusações. A sede da ONG Saúde e Alegria teve equipamentos retirados sem um mandado e os brigadistas, além de presos arbitrariamente, tiveram suas cabeças raspadas com o objetivo de humilhá-los.

Agora, a Alessandra Korap Mdk, liderança do Povo Munduruku, ontem, 30 de novembro, teve sua casa invadida e roubada no final da tarde e início da noite. Dela levaram celular, tablet, cartão de memória de câmera fotográfica e vários pen drives. Fica claro que quem praticou o crime estava interessado em registros de eventos, ações e contatos.

O Povo Munduruku luta muito aguerridamente contra a invasão de suas terras por madeireiros, garimpeiros e mineradores que desmatam e incendeiam a floresta da região e também praticam a mineração com uso de máquinas grandes e sem autorização.

Os governos tanto do estado, como o federal (Polícia Federal, ICMBio, IBAMA, FUNAI), não se posicionam no sentido de garantir a proteção necessária e que está determinada na Constituição Federal de nosso país. Bem o contrário, como bem demonstra o áudio do prefeito dedo-duro de Santarém que faz acusações sem a menor comprovação.

A região do Tapajós é um verdadeiro paraíso, como bem sabem e confirmam todos que já estiveram por lá. Mas, é um paraíso que desperta a cobiça de poderosos que querem tirar suas riquezas sem se preocupar com a destruição da floresta e dos povos que historicamente vivem na região. Igarapés e rios há anos estão sendo contaminados por essas práticas devastadoras, que além de poluir a água usada para o consumo diário, também destrói a natureza, contamina tudo – inclusive os seres humanos -, com mercúrio.

É mais que hora de fortalecermos a luta desse e de outros povos, como os Borari, Kumaruara e Arapyun, para fazer cessar a destruição.