Passa de 2,5 milhões o número de professores no Brasil, segundo censos educacionais do INEP de 2017. A maior parcela está no ensino básico (2,192 milhões), sendo que há 349.766 docentes no ensino superior.
Na grande maioria dos casos, seja na educação pública, seja na privada, os professores lidam, cotidianamente, com baixos salários, salas lotadas, violência e falta de recursos. Por conta dessa situação dramática, não são poucos os que adoecem no trabalho.
À desvalorização salarial e às precárias condições de trabalho se somam os mais recentes ataques persecutórios – políticos e ideológicos – da extrema direita e do governo Bolsonaro, que elegeram a educação pública e os professores como um dos seus alvos preferenciais.
Hoje, as redes sociais serão inundadas de felicitações e declarações de apreço às professoras e professores de todos os níveis. São manifestações sinceras de estudantes, mães e pais, que reconhecem o papel cumprido por estas mulheres e homens que dedicam anos de suas vidas e saúde para cumprir o importante papel de proporcionar às crianças, jovens e adultos o acesso ao conhecimento, às ciências, à arte e à produção do conhecimento.
Professoras e professores que, apesar e contra os governantes, todos os dias transformam e inspiram milhões de vidas, resistindo à corrente do obscurantismo e do ódio que assola o país.
No entanto, não haverá felicitações apenas daqueles que, sinceramente, reconhecem o papel que cumprem essa categoria de trabalhadores. Também veremos um festival de cinismo e demagogia promovida pelos inimigos da educação: governos municipais, estaduais e, talvez, mesmo Bolsonaro, darão “parabéns” aos professores.
Esses são os responsáveis pelos ataques aos direitos econômicos e democráticos dos professores. Suas políticas educacionais destrutivas ameaçam a própria concepção da educação como direito, favorecendo os lucros dos tubarões do ensino privado em detrimento da escola e da universidade públicas. Os seguidos cortes nas verbas para a educação pública, tanto para o ensino básico como para o superior, comprovam essa afirmação.
Rechaçamos, portanto, a hipocrisia dos inimigos da educação e parabenizamos as professoras e professores, sejam eles da educação básica, sejam das universidades, não apenas pelo papel educacional, social e cultural fundamental que cumprem, mas especialmente pelo papel de destaque que têm exercido na luta, no Brasil e no mundo todo, em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade.
O “tsunami da educação”, que varreu o país no mês de maio, foi uma primeira resposta nacional e unificada aos cortes e ataques à educação pública promovidos pela gestão Bolsonaro e por seus aliados nos estados e municípios.
Esse é o nosso compromisso e luta!
Comentários