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OPRESSÕES

Vidas negras importam: Todos ao ato hoje no Rio de Janeiro

Protesto será realizado a partir das 17h, nas escadarias da Assembleia Legislativa

da redação

Após o ato dos moradores do Complexo do Alemão, neste final de semana, contra o assassinato da menina Ágatha, outro protesto está sendo convocado para o final da tarde desta segunda-feira, 23, na Alerj, no Centro do Rio de Janeiro. A convocatória do evento ”Parem de nos matar” responsabiliza diretamente o governador, com a frase ”Witzel, a culpa é sua”. 

O texto da convocatória denuncia Wilson Witzel por uma ”lógica genocida” e por operações policiais diárias nas favelas, nas quais já morreram 1.075 pessoas neste ano.

A convocatória destaca o assassinato da menina Ágatha, de 8 anos, morta com um tiro de fuzil, em uma kombi, no Complexo do Alemão, durante uma operação policial. A morte, mais uma entre os muitos casos de jovens e crianças negras que perderam a vida nas comunidades do Rio, chocou a sociedade e provocou reações de entidades do movimento negro, de artistas e parlamentares.

Mais uma vez, a extrema direita neofascista protagonizou cenas lamentáveis. Nas redes, robôs e apoiadores de Bolsonaro justificaram a morte como um acidente ou baixa de guerra. O youtube Gabriel Monteiro, que também é policial militar, chegou a ir ao enterro da menina para gravar um vídeo, sem respeitar a dor da família. Questionado por um jovem ativista dos Direitos Humanos, que se revoltou com a presença do abutre, reagiu com um soco, no que foi aplaudido pela horda neofascista, inclusive pelo deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ).

A ofensiva assassina do governador do Rio de Janeiro contra o povo negro e favelado precisa ser detida. A política de guerra às drogas já se mostrou ineficaz no combate ao tráfico e na verdade funciona como uma política de genocídio do povo negro. As mortes vêm acompanhadas de casos absurdos de racismo, como o açoite de jovens em supermercados e nas ruas, sem a devida resposta. E de cenas como a comemoração bizarra do governador após a execução de um sequestrador na Ponte Rio-Niterói.

É hora de virar o jogo, de construir uma forte reação da classe trabalhadora e do povo negro contra essa política genocida levada a cabo pelo governador Witzel, mas também por Bolsonaro e outros governadores, como Doria, em São Paulo. E também por Moro, que pretende aprovar no Congresso uma lei que protegerá os policiais acusados de assassinatos.

É preciso um grande movimento, em unidade, que impeça absurdos como o disparo de helicópteros e o uso de atiradores (snipers) e garanta a vida e os direitos do povo e da juventude negra e pobre em todo o país. Todos ao ato de hoje, na Alerj. Vidas negras importam.