Neste domingo, 11 de agosto, aconteceram as prévias eleitorais na Argentina, a PASO (Prévias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias). Um processo prévio às eleições nacionais, no qual se credenciam para a disputa das eleições de fato apenas as coligações que contam com um mínimo de 1,5%.
Estas prévias acabam indicando uma tendência do resultado das eleições futuras. Na PASO deste ano, há uma tendência bem evidente: a flagrante derrota política do atual presidente Maurício Macri, na sua tentativa de reeleição. Ele vem aplicando planos de austeridade, que vem atacando direitos sociais históricos do povo trabalhador de nosso país vizinho.
Com cerca de 90% dos votos apurados, Macri recebeu apenas 32,3% dos votos, mesmo com todo o apoio que recebeu da esmagadora maioria das grandes empresas e bancos argentinos, de Trump e de Bolsonaro.
Saiu-se vitorioso o candidato a presidente peronista Alberto Fernandéz, que obteve 47,3% dos votos. Na sua chapa, aparece como candidata a vice a ex-presidenta Cristina Fernandéz Kirchner.
Apesar de todos os erros, limites e contradições da proposta dos peronistas, fica explícito que o povo argentino – que vem protagonizando fortes lutas de resistência no último período – votou contra o governo de direita de Macri e seus planos de ajuste. Algo muito positivo.
Embora a derrota de Macri seja bem evidente neste resultado da Paso, ainda não está sacramentada. Afinal, ainda irá acontecer uma dura disputa eleitoral, tanto no primeiro como no segundo turno.
A esquerda socialista
A Frente de Esquerda dos Trabalhadores – Unidade (FIT – U, sigla em espanhol), formada por várias organizações que se reivindicam socialistas revolucionárias, tais como: PTS, PO, IS e MST (entre outras), apesar de toda a polarização política entre Macri e a candidatura peronista, conseguiu um excelente resultado, superando com folga o mínimo exigido no PASO, de 1,5% dos votos. A FIT – U conquistou mais de 730 mil votos, próximo dos 3% dos votos.
Outra candidatura de uma organização da esquerda socialista, a do Nuevo Mas, mesmo não atingindo o mínimo exigido, cresceu sua votação, atingindo 180 mil votos, cerca de 0,7%.
Somadas, essas candidaturas socialistas e classistas, que reivindicam o legado do revolucionário russo Leon Trotsky e da IV Internacional, tiveram uma votação acima de 900 mil votos, próximo de 4% na Paso. Sem dúvida nenhuma uma vitória política, que merece todo o nosso apoio, respeito e parabéns.
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