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Colunas

Governador Witzel tem as mãos sujas de sangue

Durante operação policial no Borel, jovem de 18 anos é executado com um tiro no peito, quando ia para sua escola

.Foto: Carolina Antunes/PR

Jair Bolsonaro em reunião com Wilson Witzel, Governador do Estado do Rio

André Freire

Historiador e membro da Coordenação Nacional da Resistência/PSOL

“Não vamos parar de denunciar o terrorismo do estado que mata jovem negro, pobre, das periferias. Uma política que nos mata na educação, na saúde, nos transportes. Vamos continuar resistindo e lutando. As últimas declarações resultam nisso, na morte de um jovem que estava indo para a escola tentando melhorar sua qualidade de vida e sua história”
(Deputada Estadual Mônica Francisco – PSOL/RJ, sobre a política de segurança pública do Governador)

No início da manhã desta sexta-feira, 09, o jovem Gabriel Pereira Alves, 18 anos, saiu de sua casa, na Comunidade do Borel, localizada no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, para ir para sua escola, e foi assassinado com um tiro no peito.

Por volta das 6 horas da manhã, após ter cessado a troca de tiros na sua comunidade, que passou por uma operação policial durante a madrugada, ele resolveu sair de casa, para pegar o ônibus para sua escola,no Rio Comprido. Quando estava no ponto de ônibus, na conhecida Avenida Conde de Bonfim, foi atingido pelo tiro fatal.

Gabriel foi morto no dia do aniversário do seu pai. Ele era um dos filhos de uma família de trabalhadores, muito respeitada em toda a comunidade. Além de estudante, ele tinha o sonho de ser jogador de futebol. Ele já jogava nas divisões de base do Clube Olaria, na posição de centroavante. Diariamente, saia de casa bem cedo para a aula, depois voltava para almoçar e a tarde ia para o Olaria treinar.

Essa criminosa execução sumária gerou uma justíssima revolta em toda a Comunidade do Borel. Ainda na manhã desta sexta-feira, houve um importante protesto de moradores, que fechou a Avenida Conde de Bonfim, uma das principais do bairro. Mônica Francisco, Deputada Estadual do PSOL-RJ, nascida e criada na Comunidade do Borel, acompanhou a família e o protesto.

Ainda se investiga a origem do disparo. Mas, a responsabilidade desta tragédia – mais que anunciada – recai diretamente sobre a polícia e o Governo do Estado. O assassinato do jovem Gabriel não é mero acaso. Ele é conseqüência da política de segurança pública genocida do atual governador Wilson Witzel (PSC), aliado de primeira hora do atual presidente Bolsonaro (PSL).

Durante seus primeiros 7 meses de gestão, as mortes geradas por agentes de segurança pública dispararam, batendo um recorde absoluto em comparação ao início das administrações dos últimos cinco governadores anteriores. Até o final de abril deste ano, 558 pessoas foram mortas diretamente por policiais.

O governador Witzel é muito enfático quando o assunto é a defesa da violência brutal das operações militares dentro das Comunidades, mas, por exemplo, não toma nenhuma medida realmente efetiva contra a ação criminosa das milícias, que seguem operando no Estado, inclusive ampliando os seus negócios ilegais. Uma vergonha criminosa!