Nesta terça-feira agitada (25), em meio à votação do habeas corpus de Lula no STF, da ida do jornalista Glenn Greenwald à Câmara dos Deputados e da desistência do ministro Sérgio Moro em participar de sabatina com deputados em Brasília nesta quarta (26/06), aconteceu, na Câmara Municipal do Rio, sessão plenária que rejeitou o impeachment do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB).
Quarenta e nove, dos cinquenta e um vereadores, estiveram presentes na Câmara, e para que o prefeito fosse cassado, seriam necessários 34 votos dos 51 vereadores, ou seja, dois terços. Crivella era acusado por denúncias de irregularidades relativas à renovação do contrato da Prefeitura – sem licitação – com empresas que anunciavam propaganda em pontos de ônibus e relógios pela cidade.
A comissão que avaliou todo o processo que antecedeu a votação do impeachment foi instalada no dia 3 de abril, logo depois que o presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB), aceitou as denúncias do fiscal da Secretaria de Fazenda, Fernando Lyra Reis.
Segundo a denúncia, a Prefeitura teve prejuízo de R$ 8 milhões nos cofres públicos por renovar sem licitação. De acordo com o relatório da comissão do impeachment, a prefeitura terá que devolver às empresas cerca de R$ 68 milhões relativo a valores recebidos antecipadamente.
O mais bizarro é que a comissão atestou as irregularidades, mas resolveu responsabilizar servidores, ao invés do prefeito.
No plenário do Palácio Pedro Ernesto, as denúncias contra o prefeito foram fatiadas em três partes:
– omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do município sujeito à administração da Prefeitura.
– praticar contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitiu-se na sua prática.
– proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo
O ex-senador e ex-bispo da Igreja Universal escapou do impeachment nas três denúncias, com a ajuda da maioria dos vereadores: 36 votaram contra o impeachment, 14 a favor, um se absteve e dois faltaram. Crivella se safou do impeachment com votos de vereadores representantes da velha política e adeptos do toma lá dá cá tradicional.
O prefeito não só não cuidou das pessoas como prometeu, na sua eleição, como não fez nada e o pouco que fez, foi errado. Não é à toa que foi o prefeito pior avaliado em 25 anos, segundo pesquisa DataFolha em 2018.
Sua péssima gestão tem sido marcada por uma forte crise fiscal, cortes de investimentos em áreas básicas como saúde, educação e conservação e escândalos gerados por falas vazadas, como a de que o Rio está uma “esculhambação” e a orientação para que lideranças evangélicas recorressem a Márcia, sua assessora, para ter acesso a cirurgias e ou isenção do IPTU. O fechamento da Av. Niemeyer (cartão postal do Rio) e as mais de quatro quedas da ciclovia Tim Maia demonstram a incompetência administrativa e política do sobrinho de Edir Macedo no (des) governo da cidade.
Crivella nunca mais!
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